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Estudos indicam que a mesa desarrumada pode estimular a criatividade, mas também sinalizar estresse e sobrecarga emocional | Divulgação/Fox 2000 Pictures
Papéis espalhados, canecas fora do lugar e post-its por toda parte. Para alguns, isso é sinal de desleixo. Para outros, é o cenário perfeito para pensar. Mas afinal, o que a psicologia diz sobre trabalhar com a mesa desarrumada?
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Pesquisas internacionais mostram que o ambiente de trabalho, incluindo uma mesa aparentemente bagunçada, pode revelar traços da personalidade, afetar a produtividade e até refletir a saúde emocional.
Segundo especialistas, a desordem não é apenas visual. Ela pode funcionar como extensão da mente, influenciando desde a criatividade até os níveis de estresse ao longo do dia.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego analisaram como o desarranjo interfere no desempenho. Para o cientista cognitivo David Kirch, objetos espalhados funcionam como "pistas contextuais" que ajudam a conectar ideias e manter o foco.
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"O desordenado nem sempre é caótico, muitas vezes, ele tem função e reflete um processo criativo em andamento", afirma o pesquisador ao jornal argentino Clarín. A frase ajuda a explicar por que algumas pessoas produzem melhor em ambientes visualmente carregados.
Além disso, a psicóloga Kathleen Vohs, da Universidade de Minnesota, identificou em estudo publicado pela American Psychological Association que ambientes desorganizados estimulam escolhas menos convencionais. Em outras palavras, favorecem soluções fora do padrão.
Segundo Vohs, "as pesquisas mostram que ambientes desordenados estimulam formas de pensar não convencionais e arriscadas, ideais para quem busca inovação". A bagunça, nesse caso, não atrapalha. Ela provoca o cérebro.
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Já Kirch defende que o desarranjo pode ser estratégico, especialmente em tarefas complexas. Em vez de seguir uma organização linear, a pessoa constrói o raciocínio de forma visual, conectando estímulos à sua maneira.
No entanto, os especialistas fazem um alerta. Mudanças bruscas no padrão de organização, principalmente em quem sempre foi muito metódico, podem sinalizar estresse, ansiedade ou até quadros de depressão.
Estudos citados pelo National Institute of Mental Health indicam que ambientes desorganizados também podem gerar sensação de sobrecarga mental. Isso impacta diretamente o humor, a concentração e a produtividade ao longo do dia.
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Outras pesquisas apontam que viver em espaços mais organizados pode reduzir o estresse e melhorar o foco, o que ajuda a entender como a mesa sobrecarregada interfere na rotina.
O jornal argentino Clarín, que reuniu esses dados, reforça que a bagunça não é sempre positiva. Em excesso, ela pode intensificar a ansiedade e dificultar o descanso mental, especialmente em rotinas de alta pressão.
Ainda assim, há quem defenda o caos como método. O jornal lembra a frase atribuída a Sigmund Freud: "Não limpe a bagunça. Eu sei exatamente onde está cada coisa". Para essas pessoas, a desordem é, na verdade, profundamente organizada.
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Especialistas resumem que a mesa desarrumada pode indicar produtividade estratégica, criatividade ampliada ou, em alguns casos, sinais de sobrecarga emocional. Tudo depende do contexto e da relação da pessoa com aquele espaço.
Para muitos, trabalhar no caos não tem conotação negativa alguma. É apenas o modo como operam melhor, organizando ideias de forma visual e dinâmica, sem seguir padrões rígidos.
Por outro lado, se a bagunça vier acompanhada de sofrimento emocional persistente, o ideal é buscar avaliação profissional. A mesa pode até falar muito. Mas a saúde mental precisa sempre ser prioridade.
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