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Traumas de infância moldam relacionamento na vida adulta | Foto: Reprodução/Freepik
O narcisismo, assim como outras doenças psicossomáticas, se tornou o diagnóstico do século. As redes sociais estão tomadas de pessoas com autodiagnóstico e diagnosticando outras pessoas. Afinal, quem nunca teve um ex narcisista? Ou suspeita que os pais também são? E aquele chefe mal-encarado do escritório?
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A precisão e rapidez desses diagnósticos de internet só reforçam o ceticismo, mas a verdade é que narcisistas realmente existem.
O narcisismo é um diagnóstico de saúde mental, também conhecido como transtorno de personalidade narcisista. Mas também pode indicar um conjunto de traços de personalidade, que todas as pessoas podem apresentar em graus diferentes.
Para aqueles que conviveram com pessoas de traços altos de narcisismo, é difícil sair ileso dessa relação. A pergunta que fica é: o que os tornou assim?
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Existem dois tipos de narcisismo. Em um grau mais “leve” que é marcado por vulnerabilidade, introversão, hipersensibilidade a críticas e grande insegurança e atos defensivos para mascarar uma autoestima frágil.
Em contraste, existe o traço mais “alto” caracterizado por um estilo interpessoal abertamente grandioso, agressivo e de grande dominância sobre outras pessoas. E geralmente quando pensamos em narcisismo, é esse traço grandioso que vem à mente.
Manipulação, senso de direito, traços antagônicos e falta de empatia estão presentes em ambos os tipos. Isso ajuda a explicar as dificuldades interpessoais associadas em cada um.
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O narcisismo vulnerável tem sido muito associado a comportamentos tóxicos em relacionamentos românticos. Pessoas com altos níveis desse traço estão mais propensas a se envolver em love bombing, gosthing e breadcrumbing.
Estas pessoas tendem geralmente a relatar, também, baixa satisfação em relacionamentos, a ter atitudes permissivas em relação à infidelidade e a perpetrar violência contra o parceiro em taxas mais altas.
Estudos tem focado em estilos de apego para tentar explicar como alguém com altos índices de narcisismo se relacionam romanticamente.
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A teoria do apego propõe que experiências iniciais com cuidadores primários (pai, mão, avós, etc.) moldam nossas crenças sobre nós mesmos e sobre as outras pessoas. Acredita-se que essas crenças nos moldam e perduram durante toda nossa vida, influenciando a maneira como vivemos e lidamos com nossos relacionamentos na vida adulta.
Se nos sentimos mais amados, seguros e apoiados na infância, é provável que sejamos mais positivos com a vida. Essa é a marca registrada do apego seguro, que estabelece um adulto estável e com relacionamentos saudáveis.
Por outro lado, quando estes relacionamentos iniciais são marcados por negligência, insegurança ou abusos, podem dar origem a apegos inseguros, que podem se classificar como três tipos:
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A teoria do apego foi baseada em uma meta-análise, feita pelo jornal O Globo, que reuniu 33 estudos que abrangem mais de 10 mil participantes, para examinar como o narcisismo se relaciona em cada um dos três tipos de apego na vida adulta.
O narcisismo está associado a estilos de apego inseguro, em geral. No entanto, ao examinar os tipos separadamente, a pesquisa descobriu que o narcisismo vulnerável mostrou uma ligação consistente e moderada com os estilos de apego preocupado e medroso.
Por outro lado, o narcisismo grandioso não demonstrou essa associação. Embora esses estudos sugiram que o apego inseguro – especialmente os tipos preocupado e medroso – pode ser um fator de risco para o desenvolvimento do narcisismo vulnerável, eles não provam causalidade.
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Os pesquisadores postulam que o narcisismo vulnerável poderia ser uma estratégia de enfrentamento defensiva para indivíduos com histórias problemáticas de apego.
Os tipos de apego tendem a ser bastantes consistentes ao longo da vida de alguém, mas mudanças são possíveis. Terapias focadas em tratar o apego podem ajudar os indivíduos a curar feridas e construir relacionamentos mais saudáveis.
Essas abordagens podem ser especialmente úteis para aqueles com alto índice de narcisismo vulnerável.
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Apoiar pais e cuidadores na criação de vínculos seguros com seus filhos e fornecer ferramentas para uma parentalidade eficaz são ações cruciais. Além disso, o acesso facilitado a serviços de saúde mental para ajudar crianças a superar traumas precocemente, antes que afetem seus relacionamentos futuros é essencial. Prevenir é melhor que remediar.
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