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Salvador Dalí tirava microcochilos para ter inspirações | Imagem gerada por IA
Tirar um cochilo depois do almoço ou após uma atividade intensa pode parecer preguiça para muitos brasileiros, mas, na verdade, pode ser a chave para a criatividade. O grande pintor catalão Salvador Dali afirma que essa era uma das técnicas que usava para desbloquear ideias.
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O artista revelou a técnica em seu livro “50 Segredos Mágicos da Pintura”, lançado em 1948. Mais de 70 anos depois, o método foi estudado e comprovado pela ciência, através de uma pesquisa publicada na revista Science Adviser.
Os microcochilos não são sonecas. Eles devem durar entre cinco e dez minutos, quando o cérebro fica em um estado de transição entre a vigília e o sono profundo. Saiba mais sobre a técnica de Dalí e sua comprovação científica.
O pintor catalão detalha os microcochilos no seu livro. Na época, as pequenas sonecas não tinham esse nome, mas funcionam da mesma maneira como conhecemos hoje. Dalí sentava-se em um sofá enquanto segurava uma chave na mão, posicionada em cima de uma placa de metal.
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Quando começava a cochilar, o pintor inconscientemente deixava a chave cair. O objeto batia na base metálica e fazia barulho o suficiente para acordar o artista. Segundo ele, suas ideias eram desbloqueadas depois desse pequeno descanso.
A neurocientista cognitiva Delphine Oudiette estudou como esses pequenos relaxamentos podem ajudar na criatividade. Segundo ela, os microcochilos permitem que o cérebro alcance a primeira fase do sono, anterior ao sono profundo.
Nesse período, ainda é possível ouvir sons do ambiente, mas os pensamentos já começam a ficar espontâneos e confusos, como se fossem sonhos. É nesse momento que a criatividade é aflorada.
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O momento, apelidado de “ponto ideal criativo”, dura entre dez e cinco minutos de sono. Caso passe desse tempo, o cérebro começa a entrar na fase conhecida como REM, quando não há mais controle sobre o que acontece dentro da cabeça.
Delphine não conseguiu um resultado exato do porquê isso acontece. A hipótese mais aceita é de que no ponto ideal criativo os sonhos se misturam com a consciência e permitem que as ideias saiam da cabeça, uma vez que ainda há lucidez.
A neurocientista afirma, no entanto, que o método usado por Dalí pode apresentar algumas falhas. Isso porque a chave poderia se soltar da mão do pintor antes que ele atingisse a primeira fase do sono, impedindo que o ponto criativo acontecesse.
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Apesar disso, a técnica é sim comprovada e funciona muito bem. Cientistas descobriram, ainda, que é possível aprimorar esse método através de estímulos sonoros, incentivando a pessoa a sonhar com temas específicos.
Essa técnica, conhecida como incubação de sonhos, faz o subconsciente trabalhar em um conceito direcionado — uma prova concreta de que os microcochilos estimulam e muito a criatividade.
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