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Vacaria (RS) já registrou o maior acúmulo de neve do Brasil. A neve chegou a dois metros de espessura | Aaron Burden | Unsplash
Principal destino de inverno dos paulistas, Campos do Jordão pode registrar até -2°C. Mas, historicamente, não há registro oficial de neve na região, por conta de uma razão muito simples. Para nevar, são necessárias temperaturas baixas e um clima úmido, com nuvens — condição que não costuma ocorrer no município.
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A meteorologista Marília Nascimento, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, explica: "A umidade precisa estar alta, as temperaturas bastante baixas em toda a camada e muitas vezes associado também a atuação de alguma frente fria”, diz a especialista ao g1.
Mas não é qualquer frente fria. É necessário que esteja acompanhada de uma massa de ar polar, para manter a temperatura suficientemente baixa.
Essa combinação ocorre no Sul do País — por isso, algumas regiões registram neve. No entanto, à medida que a massa de ar polar avança em direção ao Sudeste, ela perde força.
Na capital paulista, existe um mito antigo de que teria nevado na avenida paulista em 25 de junho de 1918, quando uma geada intensa cobriu a cidade.
Contudo, especialistas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP (IAG-USP) e do Climatempo garantem que não há qualquer registro oficial de ocorrência de neve em São Paulo desde 1910.
Naquele ano as medições meteorológicas passaram a ser feitas de forma sistemática.
Na verdade, uma massa de ar polar provocou uma geada histórica, cobrindo plantações, ruas e telhados de branco — o que pode ter confundido a população A temperatura mínima registrada foi de -2,1°C, uma das mais baixas de toda a série histórica.
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Ambos os fenômenos surgem quando o vapor d’água congela, mas em contextos diferentes — um nas nuvens, outro junto ao solo.
A geada é um fenômeno de superfície, o vapor próximo ao chão congela, formando uma fina camada de cristais — geralmente em forma de agulhas ou escamas — sobre superfícies expostas. Para ocorrer, a temperatura precisa cair abaixo de 0°C próximo ao solo.
A geada mais comum no Brasil é a branca, que atinge a superfície das plantas, queimando-as, mas sem causar danos profundos aos tecidos.
Já a chamada geada negra é mais severa, ocorre quando as temperaturas chegam a cerca de -10°C. Nesse caso, o frio penetra mais fundo, congelando a seiva e matando a planta.
Mesmo em invernos rigorosos, as condições atmosféricas de São Paulo raramente reúnem frio intenso e umidade suficiente para formar flocos de neve. Assim, os paulistas têm a geada como fenômeno extremo mais comum nos termômetros negativos.
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