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A ideia de adolescência como etapa distinta só ganhou força entre os séculos 19 e 20, com leis que proibiram o trabalho infantil e ampliaram o acesso à escola. | Freepik
A maioria dos jovens e adolescentes são frequentemente vistos como rebeldes, imprudentes e preguiçosos. Desde os tempos antigos, filósofos antigos como Aristóteles, Platão e Sócrates, já os descreviam como impulsivos e irascíveis.
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Hoje, a ciência entende que essas características têm base biológica e são fundamentais para o amadurecimento cerebral e a construção da identidade.
Pesquisas mostram que a adolescência é uma fase essencial do desenvolvimento, marcada por impulsividade e desobediência que, do ponto de vista evolutivo, favorecem a exploração e a mudança.
A adolescência contemporânea, no entanto, enfrenta novos desafios, e um dos principais são os smartphones e as redes sociais.
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Convivendo com a pressão social, padrões estéticos irreais e exposição a discursos extremistas estão cada vez mais frequente entre jovens e adolescentes. E isso pode trazer diversos problemas de saúde mental.
Historicamente, os jovens eram tratados como adultos em formação, esperados para trabalhar e casar cedo.
A ideia de adolescência como etapa distinta só ganhou força entre os séculos 19 e 20, com leis que proibiram o trabalho infantil e ampliaram o acesso à escola. Após a Segunda Guerra, cresceu a percepção de que jovens precisavam de proteção.
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Stanley Hall, pioneiro no estudo da adolescência, via a fase como turbulenta. Sua visão negativa predominou por décadas, mas hoje sabe-se que mudanças emocionais são normais nessa fase.
A OMS define a adolescência entre 10 e 19 anos; o ECA, dos 12 aos 18. O início está ligado à puberdade, com marcos como menstruação e ejaculação, que ocorrem cada vez mais cedo.
Mas maturidade psicológica e social não acompanha esse ritmo, dificultando a parte de definir quando começa a adolescência.
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O fim também é indefinido. Muitos jovens adiam a saída de casa, o casamento e a entrada no mercado de trabalho. Com base no amadurecimento neurológico, alguns cientistas propõem estender a adolescência até os 25 anos.
Diferente de outras espécies, humanos nascem imaturos. O cérebro se desenvolve por anos após o nascimento, ganhando flexibilidade para se adaptar ao ambiente. Na puberdade, há uma "poda" de sinapses e início da mielinização, que melhora a eficiência neural.
O sistema límbico (emoções e recompensas) amadurece antes do córtex pré-frontal (lógica e controle), criando um descompasso que explica a impulsividade dos adolescentes.
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Na adolescência, a melatonina é liberada mais tarde, dificultando o sono precoce. Mas os jovens ainda precisam dormir mais. Acordar cedo para ir à escola, contrariando esse ritmo biológico, prejudica aprendizado e saúde.
Cérebro em formação, privação de sono e busca por novidades tornam os jovens vulneráveis no ambiente digital. A vida online afeta autoestima, saúde mental e expõe adolescentes a conteúdos extremistas. Redes sociais funcionam como “máquinas caça-níqueis” de atenção.
A educação digital é essencial, mas o diálogo familiar também é chave. Curiosidade e escuta aberta geram mais resultados do que repreensão. Monitorar é necessário, mas com equilíbrio. Entender a adolescência é o primeiro passo para apoiar os jovens.
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