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Estudo detectou altos níveis de contaminação na praia do Perequê, no Guarujá | Rubens Chaves/Folhapress
Apesar de alerta da Cetesb, visitantes continuam frequentando a Praia do Perequê, no Guarujá, onde 98% das coletas de água indicam impropriedade para banho.
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A Praia do Perequê, no Guarujá, mantém sua fama de destino pitoresco, mas carrega um alerta grave. Segundo monitoramento da Cetesb, quase todas as análises realizadas em 2024 indicaram níveis de contaminação que tornam o banho impróprio durante a maior parte do ano.
Mesmo assim, o movimento de turistas continua intenso, especialmente nos fins de semana e feriados, quando a vila caiçara recebe visitantes em busca de frutos do mar e do visual da orla.
Com cerca de 2,4 km de extensão, o Perequê combina tradição pesqueira, boa gastronomia e paisagem de mar aberto. No entanto, o cenário esconde um problema persistente: o esgoto doméstico e o descarte irregular de resíduos que comprometem a qualidade da água.
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De acordo com a Cetesb, em 2024 foram realizadas 52 coletas — e apenas uma apresentou índices dentro do limite seguro. Isso significa que, na prática, o mar esteve impróprio para banho em 98% do tempo.
As causas são múltiplas. Além do saneamento deficiente em partes do bairro, o curso d’água conhecido como “Rio do Peixe” desemboca diretamente na praia, carregando poluentes e favorecendo o acúmulo de bactérias fecais.
O contato com a água contaminada pode causar infecções, irritações na pele e problemas gastrointestinais. Por isso, especialistas recomendam evitar o banho e respeitar a sinalização de balneabilidade.
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Mesmo com o alerta, quiosques e restaurantes seguem abertos. O movimento turístico mantém a economia local aquecida, mas aumenta a preocupação com a sustentabilidade do balneário.
O Guarujá, conhecido como “Pérola do Atlântico”, é um dos principais destinos do litoral paulista. Com 27 praias e mais de 1,5 milhão de visitantes durante o verão, o município é referência em infraestrutura turística — mas enfrenta o dilema da poluição em áreas específicas.
Enquanto algumas praias, como a do Tombo, mantêm o selo internacional Bandeira Azul há mais de 15 anos, outras, como o Perequê, sofrem com a falta de saneamento básico e o impacto das atividades humanas.
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Segundo a Sabesp e a prefeitura, obras estão em andamento para corrigir a rede de esgoto e melhorar o tratamento da água. A recuperação do “Rio do Peixe” também integra o plano de mitigação.
O caso da Praia do Perequê mostra que o turismo responsável depende de investimentos em infraestrutura e educação ambiental. Mais do que apreciar a paisagem, é essencial cuidar do ecossistema e cobrar políticas públicas eficazes.
Como reforça a Cetesb, “a qualidade da água reflete o comportamento coletivo”. O desafio do Guarujá é garantir que sua vocação turística não se perca diante da degradação ambiental.
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Antes de viajar, o visitante pode consultar os boletins atualizados no site da Cetesb e também conferir reportagens relacionadas no portal Gazeta de São Paulo.
Fonte: Cetesb, Prefeitura do Guarujá, Sabesp e estudo publicado no Diário do Litoral (dezembro de 2025).
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