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Situação é mais comum em idosos do que em pessoas mais jovens | Freepik
Você provavelmente já viveu a cena: sabe exatamente o que quer dizer, a palavra está “na ponta da língua”, mas ela simplesmente não vem à mente. Esse fenômeno tem nome científico e é mais comum do que se imagina. Chama-se letologia.
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A letologia é o bloqueio temporário da memória que impede a lembrança de uma palavra ou nome específico, mesmo quando a pessoa tem certeza de que sabe qual é.
O termo vem do grego lḗthē (esquecimento) e lógos (palavra). Em inglês, o fenômeno é conhecido como Tip-of-the-Tongue (TOT), que significa justamente “na ponta da língua”.
Esse esquecimento momentâneo é universal. Não se trata de não conhecer a palavra, mas de não conseguir acessá-la naquele instante. Se alguém a pronunciasse, a reconheceríamos imediatamente.
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De acordo com especialistas em psicologia cognitiva, a letologia ocorre quando o cérebro consegue acessar o significado da palavra, mas falha em localizar sua forma sonora.
Emoções e estados mentais interferem diretamente: tensão, estresse, cansaço e distração aumentam a chance de o fenômeno ocorrer. Normalmente, a palavra “aparece” sozinha minutos depois, quando a pessoa relaxa ou muda de assunto.
A letologia pode atingir pessoas de todas as idades. No entanto, tende a ser mais frequente em idosos, por causa das mudanças naturais no funcionamento da memória, e em falantes bilíngues, que alternam entre diferentes sistemas linguísticos.
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Na maioria das vezes, não. Trata-se de uma falha temporária de acesso à memória lexical e não indica doença neurológica.
O alerta só é necessário quando o esquecimento de palavras se torna frequente, atrapalha a comunicação ou vem acompanhado de outros sintomas, como confusão mental e dificuldade de compreender o que se ouve ou lê.
Muitas pessoas confundem a letologia com afasia, um distúrbio de linguagem causado por lesões cerebrais. A diferença é que, enquanto a letologia é passageira, a afasia é persistente e compromete a capacidade de falar, entender ou nomear objetos.
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Pesquisas da Unicamp apontam que a afasia costuma envolver hesitações, pausas longas, repetição de frases como “não consigo falar” e gestos que demonstram frustração.
O fenômeno não pode ser eliminado completamente, mas alguns hábitos ajudam a reduzir sua frequência:
A neurocientista Anne-Laure Le Cunff, fundadora da plataforma Ness Labs, recomenda repetir a palavra algumas vezes quando ela finalmente vier à mente. Isso fortalece as conexões neurais e reduz a chance de o esquecimento se repetir.
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Por outro lado, se o episódio ocorre em uma situação sem importância, deixe para lá. A lembrança costuma surgir espontaneamente mais tarde. Como destaca a especialista: "Nossa memória está longe de ser perfeita.
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