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O personagem entrou para o folclore brasileiro | Reprodução: YouTube
Quando a novela A Indomada foi exibida pela TV Globo em 1997, rapidamente se transformou em um sucesso nacional, não apenas pela trama central, mas também pelo mistério em torno de uma figura enigmática que assombrava a fictícia Greenville: o Cadeirudo.
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O personagem surgia nas noites da cidade para assustar mulheres que desrespeitavam padrões considerados “morais”. E, a partir daí, o cadeirudo entrou para o folclore nacional.
O suspense em torno de sua identidade criou uma verdadeira onda de especulações entre o público, que acompanhava cada capítulo em busca de pistas deixadas pelos autores Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares.
A construção do mito em torno do Cadeirudo foi além da televisão, ganhando espaço nas conversas do dia a dia e até em veículos de imprensa, que reproduziam teorias dos telespectadores sobre quem poderia estar por trás daquela figura misteriosa.
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O fato de o personagem surgir apenas em momentos estratégicos da trama e deixar sempre dúvidas em sua passagem fez com que a curiosidade crescesse ao longo dos meses.
Esse recurso de suspense mostrou a força que uma novela pode ter em mobilizar o imaginário coletivo, transformando um personagem secundário em um verdadeiro ícone cultural da teledramaturgia brasileira.
O Cadeirudo foi um dos principais responsáveis pelo sucesso de A Indomada. A cada aparição, o personagem movimentava a audiência, que queria descobrir quem se escondia atrás do disfarce.
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Esse recurso narrativo funcionou como uma estratégia para manter o público fiel à trama, uma vez que a identidade do vilão só seria revelada nos momentos finais. O suspense criado em torno do mistério foi tão bem estruturado que se tornou uma das marcas registradas da novela.
Esse tipo de construção narrativa provou como a televisão aberta, especialmente nas décadas de 1990 e 2000, conseguia reunir famílias inteiras diante da TV.
O debate sobre o Cadeirudo não se limitava aos capítulos diários, mas seguia nos corredores das escolas, nos ambientes de trabalho e até nas páginas de jornais e revistas.
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O personagem era, ao mesmo tempo, temido e fascinante, e isso o transformou em uma figura inesquecível para a cultura popular brasileira.
Um dos pontos altos da novela foi justamente o momento em que a identidade do Cadeirudo veio à tona. Até então, diversas pistas falsas haviam sido plantadas pelos autores para confundir o público, e essa estratégia manteve o mistério vivo até a reta final.
No desfecho, foi revelado que o personagem não era apenas uma pessoa, mas sim uma figura interpretada por diferentes personagens em situações distintas, o que deu ainda mais complexidade à trama.
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Essa revelação surpreendeu os telespectadores, já que muitos esperavam que houvesse um único culpado por trás de todas as aparições. Ao transformar o Cadeirudo em um símbolo coletivo de repressão e medo, os autores ampliaram a força dramática da narrativa.
A ideia de que várias pessoas poderiam encarnar aquela figura misteriosa reforçou o conceito de que o personagem era, na verdade, um reflexo da própria sociedade e de suas contradições.
O personagem ultrapassou a barreira da ficção e se tornou um fenômeno cultural. Expressões ligadas ao Cadeirudo, como a forma exagerada de andar e os comentários jocosos dos personagens da trama, entraram para o imaginário popular e ainda hoje são lembradas pelos fãs de novelas.
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O humor misturado ao medo fez com que o vilão tivesse uma característica única, diferente de outros personagens misteriosos que já haviam aparecido em novelas anteriores.
Mesmo décadas depois, o Cadeirudo continua sendo lembrado em retrospectivas, reportagens e discussões sobre grandes momentos da teledramaturgia brasileira.
Sua força simbólica está no fato de ter sido criado como uma lenda urbana dentro de uma novela, algo que se confunde com histórias populares reais. Essa mistura entre ficção e imaginário coletivo é o que garante que o personagem permaneça vivo na memória do público.
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Embora o mistério do Cadeirudo fosse um recurso narrativo que envolvia vários personagens dentro da trama, a intérprete que realmente deu corpo ao personagem nas cenas mascaradas foi a atriz Sônia de Paula, que também vivia a beata Lourdes em A Indomada.
Coube a ela vestir o figurino pesado, manter a postura corporal rígida e dar vida aos movimentos exagerados que caracterizavam a presença do enigmático vilão. Essa interpretação física foi essencial para sustentar o clima de suspense, mantendo o público intrigado até a reta final.
Após o grande sucesso, Sônia de Paula seguiu sua carreira com participações em novelas e programas de televisão, além de trabalhos em teatro.
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Apesar de ter ficado marcada como a mulher que deu vida ao Cadeirudo nos bastidores, a atriz consolidou sua trajetória de forma independente, explorando diferentes personagens e ampliando sua presença artística.
A lembrança de seu papel em 1997, no entanto, permanece como uma das curiosidades mais emblemáticas de sua carreira.
Mais do que um simples recurso narrativo, o Cadeirudo deixou um legado importante para as produções que vieram depois. A ideia de criar mistérios paralelos à trama principal, que mantêm o público envolvido e curioso, foi replicada em outras novelas, mas dificilmente com o mesmo impacto.
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O personagem mostrou que a televisão pode usar elementos de suspense e até de terror para ampliar seu alcance sem perder a leveza do folhetim clássico.
Por isso, o Cadeirudo permanece como um dos exemplos mais bem-sucedidos de como a teledramaturgia brasileira sabe dialogar com o público.
Ele não apenas reforçou a audiência de A Indomada, mas também provou que um personagem pode se transformar em mito, atravessando gerações e permanecendo como referência de criatividade e ousadia dentro das novelas.
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