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Bairro já regirstrou a temperatura mais baixa da cidade | Paulo Pinto/Agência Brasil
A cidade de São Paulo é conhecida nacionalmente como a “Terra da Garoa”. Para quem é de fora, os dias cinzas e chuvosos podem parecer o auge do frio na Capital, mas, na verdade, a situação pode ser bem pior.
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Em 30 de julho de 2021, um bairro de São Paulo registrou um frio recorde: −3°C. Segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), a temperatura foi a mais baixa registrada na cidade desde o início das medições, em 2004.
Diante do frio intenso, a região, que é muito arborizada, acordou naquele dia sob uma camada de gelo. A geada foi intensa e gerou prejuízo para agricultores locais, segundo reportagem do portal UOL.
O frio histórico foi registrado no bairro de Engenheiro Marsilac, no extremo sul de São Paulo. A cerca de 40 km do centro, o bairro tem um cenário bem diferente do habitual da Capital: menos prédios e mais espaços verdes.
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Existem três principais fatores que tornam Marsilac tão gelado: a proximidade com a Serra do Mar, a vegetação densa e as represas Billings e Guarapiranga.
Diferente do centro da cidade, onde o concreto e os prédios deixam o ar mais quente, em Marsilac o calor não fica preso, fazendo com que as temperaturas caiam mais durante a noite.
Além disso, quando as massas de ar frio chegam ao estado de São Paulo, elas vêm com mais força em Marsilac, por conta do relevo da região. A junção de todos esses fatores cria um ambiente ideal para que o frio se espalhe e bata recordes.
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Marsilac fica no extremo sul da cidade e tem sua história ligada à ferrovia Sorocabana, que passou a atender a região na década de 1930. Até 1975, havia transporte de passageiros na ferrovia, com três estações na região: Rio de Campos, Evangelista de Souza e Engenheiro Marsilac.
O bairro aderiu ao nome da estação, em homenagem ao engenheiro José Alfredo de Marsilac, que ficou conhecido por desenvolver técnicas para construção de túneis e ferrovias no Brasil. Ele perdeu quase totalmente a visão após a Revolução de 1932, mas seguiu atuando na área.
A região cresceu como um polo agrícola, com pequenas propriedades rurais dedicadas ao cultivo de hortaliças e à criação de animais. Com o passar dos anos, manteve sua característica rural, mesmo com a expansão da cidade.
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A presença de áreas preservadas de Mata Atlântica em torno do bairro ajuda a conservar o clima e o ambiente natural, tornando Marsilac um dos bairros com maior biodiversidade na capital. Essa proteção ambiental faz parte da Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos.
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