Verme que se autoclona rapidamente preocupa biólogos no Brasil

Possivelmente original do sudeste asiático, o Bipalium kewense, ou cabeça de martelo – como é conhecido popularmente – é um verme achatado que vive na terra, não é parasita.

Acidentalmente esses bichos foram levados para outras partes do mundo através de navios e agora podem ser encontrados na América do Norte, Austrália, Caribe, América do Sul, Madagascar e agora, também, no Brasil. 

Alguns especialistas começaram a demonstrar preocupação com esses vermes, em solo brasileiro, pois o mesmo se mostra como um animal destrutivo, que pode causar grandes ameaças ao ecossistema local. 

Sobre o verme 

Considerado o maior platelminto desse tipo, ele pode chegar a 60 cm de comprimento e possui uma cabeça redonda e chata – por isso o apelido de verme “cabeça de martelo”. Predador voraz de pequenos animais como insetos, minhocas, caracóis e até mesmo vermes da própria espécie, o cabeça de martelo pode ser encontrado em solos úmidos.

Outra característica marcante do verme é a diversidade de cores que ele pode apresentar. Às vezes marrom, às vezes cinza, às vezes preto e com listras que acompanham todo seu comprimento.

Uma curiosidade sobre ele é que para matá-lo não basta apenas cortar o bicho ao meio. Na verdade, isso não é nem recomendado, pois ao dividi-lo ao meio ele irá se regenerar e dar origem a dois outros vermes. 

O cabeça de martelo carrega com ele uma toxina fatal chamada tetrodotoxina – a mesma encontrada em peixes baiacus. O impacto que essa toxina pode causar no ecossistema é o motivo de tanta preocupação entre os biólogos. 

Esse verme prefere ambientes úmidos e com pouca luz como jardins, florestas e é geralmente encontrado sob pedras, troncos e em folhas em decomposição.

Riscos que pode oferecer

Mesmo não sendo um parasita humano, a toxina produzida pelo verme pode causar dormência e formigamento se entrar em contato com a pele. A tetrodotoxina não é letal em humanos em doses pequenas, mas pode ser muito perigosa em animais domésticos e crianças. 

O verme apresenta perigo ao ecossistema local, pois compete com outras espécies de predadores por alimento, o que pode levar ao declínio da população de minhocas, por exemplo.

Especialistas recomendam que ao encontrar um verme cabeça de martelo, mantenha distância e evite contato direto. Caso precise, o manipule usando luvas e descarte-o em um ambiente seguro, longe de água, animais de estimação e crianças.