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Ciência alerta que você come plástico todos os dias; saiba como evitar

Estudos mostram que partículas microscópicas de plástico estão em quase tudo o que comemos e bebemos

José Adryan

03/10/2025 às 11:35

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O plástico não está presente apenas na carne. Na verdade, nós o ingerimos sem saber o tempo todo

O plástico não está presente apenas na carne. Na verdade, nós o ingerimos sem saber o tempo todo | Freepik

Você não enxerga, mas eles estão no prato: pequenas partículas de plástico se escondem até em um simples bife. Ao cozinhar, derretem e se misturam à comida, voltando ao estado sólido depois de esfriar.

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Estudos revelam que garrafas plásticas podem carregar milhões de microplásticos
Estudos revelam que garrafas plásticas podem carregar milhões de microplásticos
Tábua de carne feitas de plástico também podem passar os microplásticos para à comida (Fotos: Freepik)
Tábua de carne feitas de plástico também podem passar os microplásticos para à comida (Fotos: Freepik)

Esses fragmentos invisíveis são os micro e nanoplásticos, menores que 5 mm ou com dimensões entre 1 e 1 mil nanômetros. Eles estão por toda parte, dos alimentos à água, e chegam até mesmo ao corpo humano.

Pesquisas recentes já identificaram plásticos em órgãos como cérebro, placenta e artérias. “Plásticos baseados em materiais fósseis, nas suas formas micro e nanoparticuladas, foram encontrados em virtualmente todos os órgãos do corpo que foram estudados”, afirmou o professor Paul Anastas à BBC.

Como eles chegam à comida

Frutas, legumes, ovos, carnes e até o sal podem conter microplásticos. Isso acontece tanto pelo cultivo em solos contaminados quanto pelo uso de plásticos em fábricas de alimentos.

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Segundo a pesquisadora Sheela Sathyanarayana, da Universidade de Washington, “as fábricas usam uma enorme quantidade de plástico para aumentar a eficiência e o rendimento dos produtos”.

Alguns hábitos ajudam a reduzir o problema. Lavar arroz antes do cozimento pode cortar em até 40% a presença desses fragmentos. No caso de carnes e peixes, a limpeza também diminui, mas não elimina totalmente as partículas.

O sal marinho é um dos campeões de contaminação, reflexo direto da poluição nos oceanos. Já alimentos ultraprocessados tendem a acumular ainda mais microplásticos durante a fabricação.

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Água e embalagens como vilãs

A água, seja engarrafada ou da torneira, é outra fonte importante. Um estudo apontou que abrir e fechar a tampa de uma garrafa plástica libera centenas de partículas a cada uso.

“Estão surgindo estudos que demonstram que existem muito mais micro e nanoplásticos na água engarrafada do que se pensava anteriormente”, disse Annelise Adrian, da ONG World Wide Found for Nature (WWF), à BBC.

Filtros de carvão podem reter até 90% das partículas, tornando a água da torneira tratada uma opção mais segura. Mas até saquinhos de chá plásticos liberam bilhões de fragmentos quando mergulhados em água quente.

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As embalagens também são fonte constante. Abrir um pacote de biscoito, rasgar um saco ou usar potes velhos pode liberar milhares de partículas. 

Estudos mostram que, em recipientes de plástico aquecidos no micro-ondas, bilhões de micro e nanoplásticos podem se soltar em poucos minutos.

Utensílios e alternativas possíveis

Tábuas de corte, colheres de plástico e panelas antiaderentes são outras ameaças. Testes indicam que apenas cortar carne ou legumes em tábuas de polietileno pode liberar centenas de partículas a cada fatia.

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Para a bióloga Vilde Snekkevik, pesquisadora do Instituto Norueguês de Água, “o problema é que, simplesmente, nós o usamos demais. Ele está em toda parte”.

Alternativas incluem vidro, aço inox e até bioplásticos, mas nenhum material é totalmente livre de riscos. O silicone, por exemplo, libera menos partículas, mas ainda se degrada em altas temperaturas.

Apesar das incertezas, a recomendação de especialistas é simples: substituir utensílios quando apresentarem arranhões ou desgaste e dar preferência a materiais mais estáveis.

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Ainda não se sabe ao certo o impacto dos microplásticos no organismo humano. Parte deles pode ser expelida naturalmente, mas os riscos de acúmulo a longo prazo seguem em investigação.

Para Sathyanarayana, pequenas escolhas cotidianas já fazem diferença. “Existem muitas soluções simples em casa, realmente fáceis de adotar”, afirmou à BBC.

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