5 trilhas em São Paulo com vistas de tirar o fôlego que você precisa conhecer

O estado de São Paulo reserva surpresas incríveis para quem gosta de trilhas, aventura e contato direto com a natureza. 

Em meio a cenários que vão da Mata Atlântica à imponente Serra da Mantiqueira, há percursos para todos os perfis de aventureiros: dos iniciantes aos mais experientes.

Entre subidas íngremes, campos de altitude e mirantes com vistas de tirar o fôlego, a Gazeta separou algumas das trilhas mais conhecidas para quem quer viver novas experiências ao ar livre. 

Confira a seguir roteiros que vão desde os desafios do Pico dos Marins e do Itaguaré até o nascer do sol inesquecível na Pedra da Macela.

Pico do Marins (Piquete)

O Pico do Marins é um desafio e tanto! Situada entre as cidades de Piquete e Cruzeiro, no estado de São Paulo, a montanha possui aproximadamente 2.500 metros de altura e é uma das montanhas mais altas do estado.

A trilha até o topo desta montanha é longa e exige bom preparo, com subidas íngremes e trechos onde você precisa usar as mãos para se apoiar. Mas a recompensa é incrível: uma vista panorâmica espetacular da Serra da Mantiqueira do alto do cume. 

Lembrando que não são necessários equipamentos especiais como cordas e grampos, mas sempre se deve contar com ajuda de guias para evitar perder-se na trilha. Não é recomendado subir em dia chuvoso, pois não existe abrigo da chuva ou relâmpagos.

E quem vai passar a noite no topo deve ter atenção especial para evitar a hipotermia, já que mesmo no verão, em algumas madrugadas, a temperatura pode chegar até 0ºC e no inverno atingir até -12ºC.

Pico do Baepi (Ilhabela)

Localizado em Ilhabela, o Pico do Baepi é uma trilha para quem gosta de se exercitar em meio à natureza. Com seus 1.048 metros, é a 5ª montanha mais alta de Ilhabela e mais fácil de ser atingida. 

O pico do Baepi se encontra no Parque Estadual de Ilhabela e a trilha tem cerca de 3,5 km de extensão. O tempo de subida é de cerca de 3 ou 4 horas de caminhada e cerca de 2 horas para descer.

Seu percurso é quase todo em aclive, com subidas constantes e íngremes que atravessam um trecho preservado de Mata Atlântica. 

Durante o caminho, os visitantes passam por degraus de madeira cuidadosamente fixados para evitar erosões e encontram alguns trechos com cordas instaladas para facilitar a escalada nos pontos mais críticos.

A trilha é bem sinalizada: fitas cor-de-rosa amarradas nas árvores e placas de madeira guiam os aventureiros. 

Além de indicarem a distância percorrida e a altitude, essas placas também oferecem informações sobre a flora local, tornando a caminhada não só um desafio físico, mas também uma oportunidade educativa.

Embora o esforço físico seja exigente, a recompensa no final é inesquecível. Do topo, é possível contemplar uma vista panorâmica da ilha, com o contraste entre o verde da mata, o azul do mar e a linha do horizonte que parece não ter fim.

Pico do Tira Chapéu (São José do Barreiro)

O Pico do Tira Chapéu, localizado dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina, em São José do Barreiro, São Paulo, está entre os 10 pontos mais altos do estado de São Paulo. 

Com aproximadamente 2.080 metros, a trilha de nível moderado/difícil é longa e exige preparo físico. 

Para chegar ao início da trilha, é necessário pegar a estrada em São José do Barreiro que vai em direção a portaria do Parque Nacional que fica localizado a 26 km do centro da cidade. 

Cerca de 1,5 km antes da portaria existe uma placa indicando a saída a direita para ir em direção ao Pico do Tira Chapéu.

Embora sua altitude elevada para os padrões nacionais, é uma montanha de (relativo) fácil acesso. A trilha se faz, ora por dentro da mata, ora por campos de altitude, e não oferece nenhuma dificuldade técnica. 

A dificuldade em chegar ao cume do Tira Chapéu se dá pela necessidade do trekker carregar na mochila (cargueira) todo equipamento de camping, água e comida, já que o acampamento é selvagem, não há nenhuma infraestrutura.

Mas no final da trilha, o visual do cume é de 360°, de onde avista-se parte do Vale do Rio Paraíba de São Paulo, e toda faixa da Serra da Mantiqueira que se estende entre o Marins e Itaguaré, Serra Fina e Planalto de Itatiaia. 

Em dias de boa visibilidade, enxerga-se também parte das baias de Ilha Grande e Parati, no litoral sul fluminense. O nascer e o pôr-do-sol do alto do Tira Chapéu são, certamente, espetáculos inesquecíveis.

Pedra da Macela (Cunha)

Localizada na Serra do Mar, bem na divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a Pedra da Macela é um dos pontos mais visitados por quem busca contato com a natureza e vistas panorâmicas inesquecíveis. 

O cume da montanha marca o limite geográfico entre os municípios de Cunha (SP) e Paraty (RJ).
O acesso começa na cidade de Cunha, no km 65 da rodovia SP-171, também conhecida como Estrada Real. De lá, é preciso seguir por cerca de 5 quilômetros em uma estrada de cascalho até a base da trilha. 

A partir desse ponto, inicia-se a caminhada final: um percurso de aproximadamente 2,5 quilômetros, feito por uma trilha pavimentada com concreto. 

Apesar de ser relativamente curta, a subida é bastante inclinada, exigindo um bom preparo físico. O tempo médio para completar o trajeto é de uma hora.

Ao longo do caminho, a estrutura de apoio inclui duas áreas demarcadas para camping e uma torneira com água potável. Banheiros secos também estão em construção, o que promete melhorar ainda mais a experiência dos visitantes em breve.

O grande prêmio para quem encara a subida é o visual do topo. Em dias de céu limpo, é possível avistar Paraty, o mar da Costa Verde fluminense, parte da Ilha Grande e até a Usina Nuclear de Angra dos Reis. 

Para os mais atentos, o horizonte ainda revela, ao norte, alguns dos picos mais conhecidos da Serra da Mantiqueira, como o Pico dos Marins.

A Pedra da Macela é considerada uma trilha de nível fácil, especialmente por conta da curta distância. Porém, o esforço na subida faz com que o passeio seja ainda mais valorizado ao final. 

O nascer do sol por lá é uma experiência à parte, bastante procurada por fotógrafos e amantes de trilhas.

Pico do Itaguaré (Cruzeiro)

Localizado na Serra da Mantiqueira, o Pico do Itaguaré marca a divisa entre os estados de São Paulo e Minas Gerais.

Com aproximadamente 2.300 metros de altitude, o cume oferece uma das vistas mais impressionantes da região, com o Vale do Paraíba de um lado e as montanhas da Mantiqueira do outro.

A trilha até o topo é considerada de nível moderado a difícil. O percurso exige bom preparo físico, já que inclui trechos de mata fechada e campos de altitude.

O terreno é variado e o clima pode mudar rapidamente, com ventos fortes e, durante o inverno, temperaturas que chegam abaixo de zero.

Para quem parte da cidade de Cruzeiro (SP), é possível avistar o contorno da montanha já de longe. Por conta de seu formato peculiar, o pico ganhou o apelido de “Gigante Adormecido”, com sua silhueta lembrando o perfil de um gigante deitado.

Além da beleza natural, o Itaguaré guarda surpresas como a Toca das Andorinhas, uma pequena caverna que abriga milhares dessas aves, conhecidas por sua docilidade. No entanto, o acesso ao local é difícil e conhecido apenas por moradores antigos da região.

Para os mais aventureiros, existe ainda a Travessia Marins-Itaguaré, uma rota desafiadora que liga o Pico do Marins ao Itaguaré.

O trajeto, que pode durar até três dias, é recomendado apenas para montanhistas experientes, devido às trilhas técnicas, áreas alagadas, vegetação densa e escassez de pontos de água potável.

O esforço é grande, mas a recompensa é uma experiência de imersão total na natureza e algumas das paisagens mais bonitas da Mantiqueira.