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Suplementos auxiliam idosos no funcionamento cerebral | Freepik
Publicada no início do ano passado, uma pesquisa revelou que “alimentar seu estômago” com suplementos diários de fibras prebióticas pode melhorar a memória em idosos. O que é bom para um intestino envelhecido também pode ser bom para o cérebro de idade avançada.
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Pesquisadores da universidade pública de Londres, a King's College London, realizaram um estudo, publicado em março de 2024, que utilizou um teste de memória visual para detectar sinais precoces do Alzheimer.
Os suplementos baratos, insulina e FOS (frutooligossacarídeo), encontrados facilmente sem prescrição, foram combinados com proteínas em pó. Entre os participantes, estavam 36 pares de gêmeos idosos, o que fortalece a confiabilidade dos resultados ao permitir separar fatores genéticos dos ambientais.
Os benefícios cognitivos apareceram mesmo sem mudanças visíveis na força muscular ou outros indicadores físicos.
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A inulina e o FOS são fibras alimentares que estimulam a microbiota intestinal. Essas substâncias alimentam bactérias benéficas, como a Bifidobacterium, associadas a melhorias cognitivas em estudos anteriores com animais.
O estudo reforça a conexão crescente entre intestino e cérebro e aponta para abordagens acessíveis no cuidado com o envelhecimento cerebral.
O diferencial do estudo britânico está na escolha do grupo: gêmeos idosos. Essa seleção permitiu aos cientistas comparar os efeitos reais dos suplementos, isolando variáveis como genética e ambiente.
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A dupla foi separada de forma aleatória, um gêmeo recebeu um prebiótico diário em pó de proteína e o outro recebeu um placebo diário em pó de proteína.
O gêmeo que tomou inulina ou FOS teve a pontuação mais alta em um teste cognitivo três meses depois. Os resultados foram consistentes: o gêmeo que consumiu o suplemento apresentou melhor desempenho cognitivo em testes padronizados de memória.
Após 12 semanas, os participantes que tomaram inulina ou FOS tiveram melhor desempenho em testes cognitivos em comparação com os que receberam placebo (substância ou tratamento sem efeito ativo usado em pesquisas ou tratamentos para comparar com medicamentos reais.)
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A pesquisadora Mary Ni Lochlainn, especialista em medicina geriátrica, destacou o potencial do estudo para transformar a forma como lidamos com a saúde cerebral na terceira idade.
Ela classificou os resultados como promissores, destacando que efeitos mensuráveis foram registrados em apenas três meses, segundo entrevista ao portal americano de notícias científicas Sciencealert.
Agora, o foco será avaliar se os benefícios se mantêm a longo prazo e com grupos mais diversos.
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Além dos resultados no cérebro, os pesquisadores observaram alterações positivas no microbioma intestinal dos participantes. Houve aumento de bactérias benéficas, sugerindo que o equilíbrio da flora intestinal pode ter influência direta na saúde neurológica.
Essa descoberta reforça o conceito do “eixo intestino-cérebro”, já estudado em diversos contextos.
Embora os suplementos não tenham impactado diretamente a massa muscular dos idosos, o efeito sobre a cognição já é considerado relevante.
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Estudos anteriores com camundongos já mostravam que uma microbiota saudável podia influenciar positivamente funções cerebrais. Agora, há indícios concretos de que esse mesmo princípio pode valer para humanos.
As fibras testadas são naturais e seguras, frequentemente usadas como adoçantes de baixa caloria. Além de acessíveis, são de fácil inclusão na dieta diária.
Claire Steves, também pesquisadora do King’s College, reforça que as fibras vegetais testadas podem beneficiar uma parcela ampla da população. Segundo ela, o próximo passo é comprovar os efeitos em longo prazo.
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