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Cientistas colocam bactérias dos intestinos de pacientes com Alzheimer nos intestinos de ratos e

Como a transferência da microbiota intestinal revela conexões entre intestino e cérebro

Marcos Ferreira

19/10/2025 às 12:47  atualizado em 20/10/2025 às 12:52

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Cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença de Alzheimer no mundo

Cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença de Alzheimer no mundo | Freepik

A composição da microbiota intestinal dos pacientes com Doença de Alzheimer pode influenciar diretamente o funcionamento cerebral, e uma nova investigação demonstra exatamente isso ao transplantar bactérias intestinais de pacientes para ratos, segundo o portal neerlandês Scientias.

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Nos últimos anos estão surgindo diversos tratamentos para o Alzheimer - Freepik
Nos últimos anos estão surgindo diversos tratamentos para o Alzheimer - Freepik
O Alzheimer compromete severamente a qualidade de vida e a saúde cognitiva do idoso - Freepik
O Alzheimer compromete severamente a qualidade de vida e a saúde cognitiva do idoso - Freepik

Nos últimos anos, a conexão entre intestino e cérebro passou de hipótese para evidência concreta, com pesquisadores apontando que a flora intestinal — o chamado microbioma — possui papel ativo em processos neurológicos.

No estudo recente divulgado pelo portal Scientias, microrganismos retirados de pacientes com Alzheimer foram transferidos para ratos saudáveis, desencadeando alterações comportamentais e neurológicas claras.

Isso sugere que a flora intestinal não é apenas um espectador, mas possivelmente um agente ativo no surgimento ou desenvolvimento da doença, o que abre caminho para novas linhas de investigação sobre prevenção ou tratamento da Alzheimer.

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O experimento e sua metodologia

Os pesquisadores recrutaram 69 indivíduos com Alzheimer e 64 pessoas saudáveis para análise de sangue e amostras fecais, o que permitiu identificar e comparar as bactérias predominantes em cada grupo, conforme destacou o Scientias.

Em seguida, ratos de laboratório foram divididos em dois grupos: um recebeu a microbiota intestinal dos pacientes com Alzheimer, e o outro, a de pessoas sem a doença.

Após dez dias, ambos foram submetidos a testes de memória e comportamento, permitindo observar os efeitos diretos da transferência bacteriana.

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O portal neerlandês explicou que os cientistas observaram diferenças marcantes entre os dois grupos de ratos.

Aqueles que receberam as bactérias de pacientes com Alzheimer exibiram sinais de perda cognitiva e menor plasticidade cerebral, sugerindo que o microbioma pode exercer influência direta sobre o sistema nervoso central.

Alterações cerebrais e comportamentais observadas

Os ratos que receberam as bactérias de pacientes com Alzheimer apresentaram menor capacidade de gerar novos neurônios no hipocampo, região essencial para a memória, e obtiveram piores resultados nos testes cognitivos, relatou o Scientias.

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Essas mudanças indicam que a simples alteração da microbiota intestinal pode impactar funções cerebrais de forma significativa, reforçando a hipótese de que microrganismos intestinais influenciam diretamente o desenvolvimento da doença.

Segundo os pesquisadores citados pelo portal, “os efeitos observados mostram que há uma ligação mensurável entre as bactérias intestinais e a função cognitiva, mesmo quando o cérebro em si não apresenta sinais iniciais da doença”.

Essa constatação reforça a importância de estudar o intestino como uma possível origem de desequilíbrios neurológicos.

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Possibilidades para diagnóstico e tratamento

Os achados descritos pelo Scientias abrem caminho para usar a composição da microbiota como um possível biomarcador na detecção precoce da Alzheimer, antes mesmo dos sintomas se manifestarem.

A identificação de padrões bacterianos específicos poderia permitir a criação de exames preditivos e estratégias personalizadas de prevenção.

Além disso, terapias que visem modificar o microbioma — como dietas específicas, uso de probióticos ou até transplantes fecais — podem se tornar alternativas viáveis para prevenir ou retardar a progressão da doença.

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O Scientias destacou que “essas abordagens podem representar uma nova fronteira terapêutica, na qual tratar o intestino significa também proteger o cérebro”.

Limites do estudo e próximos passos

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam que o experimento foi realizado apenas em ratos, e que os mecanismos biológicos exatos ainda não estão totalmente compreendidos, destaca o portal neerlandês Scientias.

São necessários novos estudos para determinar quais bactérias e substâncias metabólicas estão diretamente associadas às alterações cerebrais observadas.

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Os cientistas agora pretendem avançar para pesquisas clínicas em humanos, com o objetivo de entender se a modificação do microbioma pode oferecer benefícios reais no tratamento da Alzheimer.

Essa linha de investigação pode inaugurar uma nova era na abordagem de doenças neurodegenerativas, unindo neurologia e microbiologia de forma inédita.

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