Entre em nosso grupo
2
Continua depois da publicidade
Cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença de Alzheimer no mundo | Freepik
A composição da microbiota intestinal dos pacientes com Doença de Alzheimer pode influenciar diretamente o funcionamento cerebral, e uma nova investigação demonstra exatamente isso ao transplantar bactérias intestinais de pacientes para ratos, segundo o portal neerlandês Scientias.
Continua depois da publicidade
Nos últimos anos, a conexão entre intestino e cérebro passou de hipótese para evidência concreta, com pesquisadores apontando que a flora intestinal — o chamado microbioma — possui papel ativo em processos neurológicos.
No estudo recente divulgado pelo portal Scientias, microrganismos retirados de pacientes com Alzheimer foram transferidos para ratos saudáveis, desencadeando alterações comportamentais e neurológicas claras.
Isso sugere que a flora intestinal não é apenas um espectador, mas possivelmente um agente ativo no surgimento ou desenvolvimento da doença, o que abre caminho para novas linhas de investigação sobre prevenção ou tratamento da Alzheimer.
Continua depois da publicidade
Os pesquisadores recrutaram 69 indivíduos com Alzheimer e 64 pessoas saudáveis para análise de sangue e amostras fecais, o que permitiu identificar e comparar as bactérias predominantes em cada grupo, conforme destacou o Scientias.
Em seguida, ratos de laboratório foram divididos em dois grupos: um recebeu a microbiota intestinal dos pacientes com Alzheimer, e o outro, a de pessoas sem a doença.
Após dez dias, ambos foram submetidos a testes de memória e comportamento, permitindo observar os efeitos diretos da transferência bacteriana.
Continua depois da publicidade
O portal neerlandês explicou que os cientistas observaram diferenças marcantes entre os dois grupos de ratos.
Aqueles que receberam as bactérias de pacientes com Alzheimer exibiram sinais de perda cognitiva e menor plasticidade cerebral, sugerindo que o microbioma pode exercer influência direta sobre o sistema nervoso central.
Os ratos que receberam as bactérias de pacientes com Alzheimer apresentaram menor capacidade de gerar novos neurônios no hipocampo, região essencial para a memória, e obtiveram piores resultados nos testes cognitivos, relatou o Scientias.
Continua depois da publicidade
Essas mudanças indicam que a simples alteração da microbiota intestinal pode impactar funções cerebrais de forma significativa, reforçando a hipótese de que microrganismos intestinais influenciam diretamente o desenvolvimento da doença.
Segundo os pesquisadores citados pelo portal, “os efeitos observados mostram que há uma ligação mensurável entre as bactérias intestinais e a função cognitiva, mesmo quando o cérebro em si não apresenta sinais iniciais da doença”.
Essa constatação reforça a importância de estudar o intestino como uma possível origem de desequilíbrios neurológicos.
Continua depois da publicidade
Os achados descritos pelo Scientias abrem caminho para usar a composição da microbiota como um possível biomarcador na detecção precoce da Alzheimer, antes mesmo dos sintomas se manifestarem.
A identificação de padrões bacterianos específicos poderia permitir a criação de exames preditivos e estratégias personalizadas de prevenção.
Além disso, terapias que visem modificar o microbioma — como dietas específicas, uso de probióticos ou até transplantes fecais — podem se tornar alternativas viáveis para prevenir ou retardar a progressão da doença.
Continua depois da publicidade
O Scientias destacou que “essas abordagens podem representar uma nova fronteira terapêutica, na qual tratar o intestino significa também proteger o cérebro”.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam que o experimento foi realizado apenas em ratos, e que os mecanismos biológicos exatos ainda não estão totalmente compreendidos, destaca o portal neerlandês Scientias.
São necessários novos estudos para determinar quais bactérias e substâncias metabólicas estão diretamente associadas às alterações cerebrais observadas.
Continua depois da publicidade
Os cientistas agora pretendem avançar para pesquisas clínicas em humanos, com o objetivo de entender se a modificação do microbioma pode oferecer benefícios reais no tratamento da Alzheimer.
Essa linha de investigação pode inaugurar uma nova era na abordagem de doenças neurodegenerativas, unindo neurologia e microbiologia de forma inédita.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade