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O acompanhamneto profissional é essencial identificar síndromes na fase inicial | Boonie Kitlte | Unsplash
A chamada síndrome da disfunção cognitiva (SDC) é uma doença neurodegenerativa que acomete animais idosos e guarda semelhanças com o Alzheimer humano. O quadro se manifesta por alterações comportamentais progressivas.
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Através de alterações do sono, vocalizações noturnas, desorientação, perda de hábitos e redução da interação social. Além disso, pode causar sofrimento emocional em cães e gatos.
Com o avanço da medicina veterinária e a longevidade cada vez maior de animais de companhia, sinais relacionados ao envelhecimento tornaram-se mais frequentes na prática clínica.
Por isso, é fundamental que tutores saibam distinguir mudanças esperadas da velhice de sintomas compatíveis com demência, para que intervenções — medicamentosas, nutricionais e comportamentais — sejam adotadas quando necessárias.
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Segundo a médica veterinária Camila Rocha, o envelhecimento normal traz perdas sensoriais (audição e visão) e menor disposição, mas o animal mantém reconhecimento da família e do ambiente.
“Na síndrome cognitiva, além desses sinais físicos, surgem alterações comportamentais mais pronunciadas: o animal deixa de reconhecer o tutor, perde rotinas de higiene, mostra-se desorientado dentro de casa”, explica ao Correio Braziliense
Entre os primeiros indícios percebidos pelos donos estão confusão espacial (perder-se em locais conhecidos), inversão do ciclo sono-vigília (acordado à noite e sonolento de dia), apatia, esquecimento de comandos e rotina;
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Alguns podem apresentar comportamentos repetitivos, como andar em círculos, e vocalização excessiva.
A veterinária Rebecca Gonçalves aponta que acompanhamento regular, vacinação em dia, dieta equilibrada e estímulos cognitivos podem retardar o declínio.
“O próprio adestramento é um desafio mental grande e muito benéfico. Roer e lamber também são excelentes estímulos”, disse Rebecca ao Correio Braziliense.
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O exercício físico também é recomendado: além de controlar o peso, melhora a oxigenação tecidual e reduz processos inflamatórios que prejudicam conexões cerebrais.
Caminhadas, jogos e socialização, portanto, têm papel protetor contra o comprometimento cognitivo.
Estimular a mente do animal pode ser simples — esconder petiscos para que ele os procure, enrolar ração em panos ou utilizar brinquedos que liberem comida são exemplos.
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A orientação veterinária é escolher mordedores naturais, sem flavorizantes ou tratamentos químicos, e oferecer estes estímulos em momentos controlados, sempre sob supervisão.
O diagnóstico da SDC é clínico e exige descartar outras causas que mimetizem os sintomas, como problemas oftalmológicos, auditivos ou alterações metabólicas e hepáticas.
Quando os sinais sugerem comprometimento estritamente neurológico, exames de imagem — inclusive ressonância magnética — podem ser solicitados para afastar tumores, encefalites ou outras neuropatias.
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Rebecca e Camila recomendam check-ups regulares: animais jovens e sem sintomas devem visitar o veterinário ao menos uma vez por ano; ao atingir a fase geriátrica, por volta dos 7 anos, as consultas devem passar a ocorrer a cada seis meses.
Para facilitar a vida de animais idosos, especialistas indicam passeios regulares, pisos antiderrapantes, ajustes na alimentação, higiene frequente de comedouros e bebedouros, elevação dos recipientes de comida e água e o uso de rampas ou escadinhas.
O diagnóstico de síndrome da disfunção cognitiva não representa sentença definitiva de perda de bem-estar. Com diagnóstico precoce, cuidados médicos adequados, estímulos e ajustes ambientais, muitos pets conseguem manter momentos de afeto e qualidade de vida.
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O mais importante é seguir as orientações do veterinário e adaptar a rotina para essa nova fase da vida do animal, reforça a veterinária Camila Rocha.
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