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Pesquisas indicam que dormir mais de 9 horas por noite pode afetar a saúde | Foto: Reprodução/Freepik
Sentir-se sonolento após uma noite mal dormida é comum. Mas e quando o problema é justamente dormir demais? Pesquisas e especialistas mostram que passar muito tempo na cama pode, sim, trazer consequências para o corpo e a mente.
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Durante o Congresso Brain, Behavior and Emotions 2024, a neurocientista Mônica Andersen, do Instituto do Sono, explicou que o tempo ideal de sono é individual. E dormir mais do que o necessário pode, inclusive, aumentar o risco de doenças cardiovasculares e prejuízos à saúde mental.
Apesar da recomendação popular de dormir de sete a oito horas por noite, isso não é uma regra rígida. “Cada um de nós tem uma quantidade de horas de sono ideal. E isso não tem como a gente mudar, é uma característica”, explica a dra. Mônica Andersen.
Segundo ela, quem acorda se sentindo bem, independentemente do tempo que passou dormindo, não precisa forçar mudanças. Termos como “pequeno dormidor” ou “grande dormidor” são apenas formas de descrever essas variações individuais.
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Quem dorme mais do que o próprio corpo precisa pode sentir efeitos negativos, como dor de cabeça, enjoo e cansaço. A longo prazo, dormir mais de 10 horas por noite está associado a um risco sete vezes maior de infarto ou AVC, conforme estudo da Universidade de Nevada, publicado na Sleep Medicine.
Isso acontece porque o sono prolongado pode causar mais interrupções durante a noite, elevando repetidamente a pressão arterial e a frequência cardíaca, o que favorece quadros de hipertensão e inflamação.
Além disso, grandes dormidores tendem a ter maior uso de medicações, mais problemas de saúde mental e piores desfechos clínicos, de acordo com outra pesquisa da Universidade de Western, no Canadá.
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Apesar das evidências, a dra. Mônica levanta uma questão importante: “Será que a pessoa que diz que dorme nove horas e meia já não tinha uma condição clínica, por exemplo, uma depressão, que a fazia aumentar o tempo de sono?”.
Ela destaca a necessidade de estudos mais amplos e duradouros que considerem diferentes faixas etárias, perfis sociais e estilos de vida. Sem isso, não é possível afirmar com certeza se o sono prolongado é um fator de risco ou apenas um sintoma de algo mais profundo.
Na internet, um método que tenta prever o melhor horário para acordar com base nos ciclos do sono se tornou popular. A ideia é evitar o despertar no meio de um ciclo, o que ajudaria a acordar mais disposto.
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Mas, como explica a dra. Mônica, ainda faltam estudos confiáveis que validem essa técnica. “Não dá para dizer se tem ou não efeito, nem positivo, nem negativo”, afirma.
A melhor forma de descobrir seu tempo ideal de sono é observar seu próprio corpo. A dica da dra. Monica é simples e eficaz: durante 14 dias, vá dormir no horário em que sentir sono e acorde sem despertador. Faça isso preferencialmente nas férias, para não ser influenciado por obrigações externas.
Ao anotar os horários de dormir e acordar, você conseguirá identificar o seu padrão de sono e saber se está dormindo o que realmente precisa ou apenas compensando o cansaço acumulado.
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Independentemente da quantidade de horas que seu corpo exige, algumas práticas ajudam a manter o sono equilibrado e mais saudável:
Dormir é essencial — mas, como tudo, precisa de equilíbrio. Prestar atenção ao seu corpo e buscar hábitos saudáveis pode fazer toda a diferença na sua saúde e bem-estar.
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