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Leitura ou áudio: o que estimula mais o cérebro e ajuda a fixar o conteúdo

Neurociência mostra que as duas formas ativam redes semelhantes, mas a leitura dá mais controle e o áudio pode favorecer a atenção

Leonardo Siqueira

31/10/2025 às 22:15

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Estudos mostram que a leitura auto-ritmada ajuda a reter até 13% mais informações do que ouvir o mesmo conteúdo

Estudos mostram que a leitura auto-ritmada ajuda a reter até 13% mais informações do que ouvir o mesmo conteúdo | Freepik

Ao se preparar para uma prova, uma palestra ou uma apresentação importante, é comum surgir a dúvida: ler ou ouvir o conteúdo. O que ajuda mais na hora de memorizar?

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Estudos recentes de neuroimagem indicam que ambas as atividades ativam regiões semelhantes do cérebro, especialmente nas áreas de linguagem do hemisfério esquerdo, mas há diferenças sutis que explicam por que cada pessoa aprende de um modo.

Segundo o neurologista Alan Cronemberger Andrade, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisador do serviço de neurologia do Hospital Mater Dei Salvador disse ao portal UOL: “ler e ouvir ativam redes cerebrais semelhantes, mas com diferenças importantes”.

Enquanto a leitura fortalece a ligação entre visão e linguagem, a audição mobiliza redes auditivas mais amplas e bilaterais, que processam o som e o ritmo das palavras.

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Como o cérebro trabalha com leitura e audição

Essas diferenças também afetam a memória de trabalho, sistema que permite manter e manipular informações por alguns segundos.

“Como a fala é transitória (cada palavra desaparece rapidamente), durante a escuta, o cérebro precisa ‘colar’ mentalmente as partes da frase à medida que chegam”, explica Andrade. “Já na leitura, o texto funciona como um registro externo, permitindo voltar e reler, o que reduz o esforço da memória imediata.”

A psicóloga Luciana Oliveira reforça que o modo de aprender varia conforme o perfil cognitivo de cada pessoa.

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“Alguns aprendem melhor de forma visual, criando esquemas mentais com base em palavras e imagens; outros são mais auditivos e absorvem melhor ouvindo explicações ou debates", disse ao UOL.

No entanto, o neurologista alerta: a preferência sensorial não garante melhor desempenho. “Surpreendentemente, evidências mais sistemáticas não confirmam vantagens significativas. Participantes visuais não se saíram melhor lendo, nem os auditivos se saíram melhor ouvindo”.

Quando ler é mais eficiente e quando ouvir faz diferença

A leitura tende a ser mais eficiente em conteúdos densos ou técnicos, porque permite controlar o ritmo da informação: é possível reler trechos, sublinhar ideias e comparar parágrafos. “A audição não oferece o mesmo grau de manipulação cognitiva”, explica Oliveira.

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Já a audição favorece a atenção e a compreensão global, principalmente quando o objetivo é captar ideias gerais ou acompanhar um raciocínio linear. No entanto, pode prejudicar a retenção de detalhes se o conteúdo for extenso.

A fonoaudióloga Flávia Alves Bagatini, do Hospital Cema (SP), destaca que o aprendizado auditivo exige mais do cérebro. “Para que o aprendizado via audição ocorra, o cérebro precisa processar e interpretar os sons, envolvendo diversas habilidades auditivas”.

Ela recomenda estratégias práticas para aprimorar a escuta: gravar resumos em áudio, explicar o conteúdo em voz alta ou ajustar a velocidade da narração. mais rápida para temas já conhecidos e mais lenta para assuntos novos ou complexos.

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A força da combinação entre os dois formatos

Mais do que escolher entre ler ou ouvir, especialistas defendem a integração das duas formas de aprendizado.

“Que a combinação de modalidades é possível, sabemos que sim. Ler enquanto se ouve, por exemplo, pode ser útil em contextos específicos, como para treinar fluência, decodificação ou manter ritmo na leitura”, diz Andrade.

Para quem já tem o hábito de leitura, o áudio costuma funcionar como complemento, ajudando na concentração e na compreensão global, especialmente em textos longos, técnicos ou em outro idioma.

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Segundo Bagatini, “a integração das vias auditiva e visual envolve várias áreas cerebrais simultaneamente, potencializando a compreensão e ajudando a reter informações a longo prazo”.

Luciana Oliveira acrescenta que essa combinação também favorece pessoas com dificuldades de atenção ou ansiedade, já que o envolvimento de mais de um sentido “reduz ruminação e distrações”.

Entre as práticas recomendadas estão ouvir audiolivros enquanto se lê o texto, ler em voz alta, gravar trechos importantes para revisar depois e assistir a vídeos legendados.

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No fim, o aprendizado mais eficaz não depende apenas do formato, mas de como o cérebro é estimulado — de forma ativa, estratégica e adaptada ao modo individual de pensar e reter informações.

**Texto com informações do portal UOL.

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