OPERAÇÕES
Segundo as investigações, uma das irregularidades ocorreu nos contratos firmados durante a pandemia de Covid-19 em 2020; prefeitura nega acusações
Policiais federais durante operação Covil-19 que investiga desvio de recurso de hospital de campanha de Guarulhos / /Divulgação/PF
Na manhã desta quarta-feira (21) a Polícia Federal (PF) deflagrou duas operações de combate à corrupção e desvio de recursos públicos em Guarulhos. Segundo as investigações, uma das irregularidades ocorreu nos contratos firmados durante a pandemia de Covid-19 em 2020.
As investigações da operação Covil-19 começaram após identificação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de suspeitas de irregularidades na contratação com dispensa de licitação, de empresas privadas e organização social para a prestação de serviços diversos, relacionados ao hospital de campanha instalado no município de Guarulhos, em março do ano passado.
De acordo com a PF, grande parte do valor do contrato foi repassada para uma microempresa sediada em Minas Gerais, que não teria condições econômicas para arcar com o contratado.
Já a operação Florença, que também foi desencadeada nesta manhã, é a segunda fase da operação Veneza, e investiga fraudes na compra de máscaras pela Prefeitura de Guarulhos, com utilização de recursos federais destinados ao combate à pandemia.
Foram expedidos 23 mandados de busca e apreensão pela Justiça Federal em Guarulhos, sendo 21 pela 6ª Vara Federal de Guarulhos e 2 pela 5ª Vara Federal de Guarulhos.
Os crimes apurados nas duas operações são os de fraude ao caráter competitivo da licitação, de dispensa irregular e fraude, associação criminosa, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro.
Em nota enviada ao “G1”, a Prefeitura de Guarulhos, disse que está à disposição para esclarecer os fatos e que cumpriu a legislação durante a contratação das empresas.
“A Secretaria Municipal de Saúde acompanha a operação da PF, colocando-se à disposição para todos esclarecimentos necessários. Informa ainda que todos contratos firmados no início da pandemia seguiram a legislação vigente e sempre tiveram como objetivo a preservação de vidas. Somente no hospital de campanha, mais de 100 mil pessoas passaram pelos mais diversos tipos de atendimento, desde exames laboratoriais e de alta complexidade, até internações, inclusive em UTIs, durante os mais de 6 meses em que se manteve em operação. Caso qualquer irregularidade seja identificada, o Município é parte interessada, até mesmo para que o erário público seja ressarcido.”
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