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Cotidiano

María Corina vence Nobel da Paz após ser barrada na Venezuela

Comitê norueguês destacou a luta da política por eleições livres e contra violações de direitos no país

Thacio Mello

10/10/2025 às 09:35  atualizado em 10/10/2025 às 10:05

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María Corina Machado se formou em engenharia industrial antes de ingressar na política

María Corina Machado se formou em engenharia industrial antes de ingressar na política | Reuterss/Folhapress

A líder da oposição venezuelana María Corina Machado, de 58 anos, foi anunciada nesta sexta-feira (10/10), em Oslo, como vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. Ela atua em defesa de eleições livres e de um governo representativo.

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Segundo o Comitê Norueguês do Nobel, ela recebeu a láurea “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela”. Além de sua militância política, María teve sua candidatura à Presidência do país barrada em 2024.

Em 2023, ela havia sido impedida de exercer cargos públicos na Venezuela por 15 anos por “erros e omissões em suas declarações juramentadas de bens”, segundo a Controladoria-Geral da República do país.

Durante o anúncio, o comitê destacou o papel da líder em documentar e denunciar irregularidades eleitorais no país.

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A Freedom House, organização que monitora a democracia e os direitos humanos, afirma que as instituições democráticas da Venezuela se deterioraram desde 1999.

Segundo a organização, as condições políticas pioraram acentuadamente nos últimos anos devido à repressão do regime de Nicolás Maduro.

Quem é a laureada

María Corina Machado nasceu em Caracas, na Venezuela, em 1967. A premiada se formou em engenharia industrial antes de ingressar na política. Tem especialização em finanças pelo Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA), prestigiada escola de negócios da Venezuela.

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Ela participou do programa de líderes mundiais em políticas públicas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Em 2002, fundou a Súmate, grupo voluntário que promove direitos políticos e monitora eleições.

Ao ser impedida de se candidatar às eleições presidenciais em 2024, declarou, então, apoio ao candidato Edmundo González Urrutia. Em maio de 2012, fundou o Vente Venezuela, partido político do qual é coordenadora e que apoiou sua candidatura nas eleições primárias, que ela venceu.

Machado descreve a doutrina econômica do partido como liberal e propõe uma alternativa contrária ao socialismo para Caracas. A líder opositora está ligada ao cenário político há pelo menos 25 anos.

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Carreira política

Em 2010, María Corina Machado foi eleita deputada à Assembleia Nacional pelo estado de Miranda, com mandato iniciado em 2011. À época, foi uma das candidatas mais votadas entre os eleitos.

Dois anos depois, participou das primárias presidenciais da Mesa da Unidade Democrática, coalizão de partidos opositores ao chavismo. Obteve 3,81% dos votos e ficou em terceiro lugar, enquanto Henrique Capriles, do Primero Justicia, venceu com 64,33%.

Em fevereiro de 2014, Machado se uniu a Leopoldo López, do Voluntad Popular, e Antonio Ledezma, da Alianza al Bravo Pueblo, para convocar uma série de protestos conhecidos como “A Saída”, que se estenderam até junho de 2014.

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O movimento exigia o restabelecimento da ordem democrática e denunciava a crise econômica, a inflação, a escassez de alimentos, a insegurança e as falhas nos serviços públicos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, as manifestações deixaram 43 mortos, 486 feridos e 1.854 detidos. 

Os episódios integram o chamado caso Venezuela I no Tribunal Penal Internacional, que investiga possíveis crimes contra a humanidade cometidos no país desde 12 de fevereiro de 2014 por agentes do Estado, militares, forças de segurança e grupos civis aliados ao governo.

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O regime de Nicolás Maduro nega as acusações e afirma que não houve crimes dessa natureza na Venezuela.

Cronograma do Nobel 2025

  • Medicina: segunda-feira (6/10)
  • Física: terça-feira (7/10)
  • Química: quarta-feira (8/10)
  • Literatura: quinta-feira (9/10)
  • Paz: sexta-feira (10/10)
  • Economia: segunda-feira (13/10)

O que é o Prêmio Nobel

Criado pelo químico e empresário Alfred Nobel, inventor da dinamite em 1867, o prêmio foi instituído a partir de seu testamento, que destinou a maior parte de sua fortuna à criação das premiações de Física, Química, Medicina, Literatura e Paz. O Nobel de Economia foi criado posteriormente.

Segundo o documento, as honrarias devem ser concedidas “àqueles que, durante o ano anterior, tenham conferido o maior benefício à humanidade”.

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Com o tempo, o critério se tornou mais flexível. De acordo com Juleen Zierath, membro do Instituto Karolinska, que participa do júri do Nobel de Medicina, o reconhecimento pode ocorrer em qualquer momento da carreira.

“Você pode ter feito a descoberta em um estágio inicial ou muito avançado da trajetória de pesquisa”, explicou a cientista.

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