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Cavalo | /SANDRA PLATZECK
Acidentes com serpentes são muito comuns nas áreas rurais, principalmente nos equinos que ao pastejar podem esbarrar nelas, ou por curiosidade cheirar, e acabam sendo picados. Muitas vezes por esses motivos as picadas ocorrem na região do focinho, eventualmente as picadas ocorrem em membros quando os animais sem querer acabam pisando nas cobras. Quando ocorrem na região do focinho, o grande problema, além de todo o efeito do veneno, é o edema na região que pode ocasionar uma obstrução das vias aéreas superiores, podendo ser necessária a realização de uma traqueostomia para que o animal possa respirar.
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O tempo é fator crucial no tratamento e recuperação de um animal picado por cobra, pois quanto antes aplicado o soro antiofídico, menores serão as lesões no organismo. Podem ser necessárias aplicações de vários frascos de soro para neutralizar todo o veneno inoculado. A quantidade de veneno inoculado depende de fatores como espécie, tamanho e tempo que a serpente está sem se alimentar. Além do antiofídico é muito importante toda a terapia de suporte ao animal e tratamento dos sintomas.
Os acidentes mais comuns no Brasil ocorrem com as espécies Bothrops (jararaca) e Crotalus (cascavel). O veneno da jararaca provoca principalmente edema pronunciado, dor intensa no local da picada e hemorragias. Já no caso de acidentes por cascavel a presença de edema é discreto (fato que pode confundir no diagnóstico e atrasar o tratamento), o veneno causa cegueira, alterações neurológicas, urina escura ou anúria e insuficiência respiratória. Para ambas as espécies de serpentes a fluidoterapia é muito importante no suporte do animal.
Recentemente uma égua da raça árabe foi picada no focinho por uma jararaca em Pilar do Sul, interior de São Paulo. A égua de 4 anos de idade e prenhe de 5 meses conseguiu se recuperar graças ao tratamento. Foram aplicados um total de 17 frascos de soro antiofídico, antiinflamatórios, anti-histamínicos, diurético, e fluidoterapia intensa, além de antibióticos devido a necrose provocada no local da picada. A égua se recupera bem assim como sua prenhez.
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*Texto escrito pela Médica Veterinária Sandra Platzeck.
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