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Política
Decisão do presidente de se manter no cargo mesmo após cirurgia 'expõe uma leitura mais profunda sobre o papel de Alckmin no governo', diz cientista política
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Vice-presidente Geraldo Alckmin ao lado do presidente Lula | Ettore Chiereguini/Gazeta de S. Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por duas intervenções médicas delicadas nesta semana em São Paulo, mas resolveu permanecer oficialmente no comando do País em vez de passar a faixa para o vice Geraldo Alckmin (PSB) durante a recuperação. A decisão, segundo analista, carrega um peso político significativo.
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Para o cientista político Elias Tavares, o movimento seria em primeiro lugar uma forma do petista não demostrar fragilidade, o que poderia desestabilizar a base governista. Ele preferiria manter as negociações sob seu controle direto.
Além disso, o fato expõe uma leitura mais profunda sobre o papel de Alckmin no governo e, sobretudo, no futuro político de Lula e do PT.
“A aliança entre os dois foi essencial para garantir a vitória em 2022, mas já há sinais claros de que esse pacto está perdendo força. Nos bastidores, cresce a percepção de que Alckmin não será reservado como vice em 2026”, afirmou o analista.
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Para Tavares, Lula parece disposto a usar o cargo de vice como peça central em uma estratégia mais alinhada aos interesses do PT e de seu projeto político pessoal, abrindo espaço para uma figura que fortaleça o núcleo petista ou que seja mais homologado com os interesses do presidente.
“O gesto demonstra que o presidente, mesmo em momentos de vulnerabilidade, prefere não delegar poder ao seu vice. Isso não apenas limita o protagonismo de Alckmin no cenário atual, mas também o coloca em posição de transição”, disse.
“Trata-se de um cálculo político. Ao evitar transferir a carga para Alckmin, o presidente reafirma sua liderança e aponta para o futuro, deixando claro que o jogo de 2026 já começou – e que Alckmin, ao que tudo indica, terá outro papel nesse tabuleiro”, completou Tavares.
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A Constituição não estabelece de forma explícita a obrigatoriedade de licenciamento em casos de cirurgias rápidas, como a realizada por Lula. O afastamento é apenas optativo nesses casos.
O presidente, de 79 anos, passou por novo procedimento na manhã desta quinta (12/12) para complementar a cirurgia de emergência na cabeça à qual foi submetido há dois dias. O médico de Lula, Roberto Kalil Filho, informou que o procedimento havia acabado com “sucesso”.
Segundo Kalil, o petista está “acordado e conversando”.
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A técnica realizada não é considerada uma cirurgia, mas um “procedimento endovascular”. A intervenção faz parte do protocolo pós-cirúrgico. A previsão de alta está mantida para o início da semana que vem.
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