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O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso neste sábado | Antonio Cruz/Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso neste sábado (22/11) em Brasília por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob acusação de planejar uma fuga.
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Ele já estava em prisão domiciliar após ser condenado por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes.
A trajetória do ex-mandatário até este momento passou pelo Exército, por um longo caminho na Câmara dos Deputados e por uma presidência polarizada, bélica e popular, que começou em 2019.
Nascido em Glicério e registrado em Campinas, ambas no interior de São Paulo, em 21 de março de 1955, Bolsonaro cresceu em várias cidades do Estado até se estabelecer em Eldorado, no Vale do Ribeira, onde passou a infância e a adolescência.
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Após terminar o ensino médio, ingressou no curso de formação de oficiais da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, no Rio de Janeiro, onde se formou em 1977. Concluiu, no mesmo ano, o curso de paraquedismo militar na Brigada Paraquedista da capital fluminense.
Em 1979, se casou com a sua primeira mulher, Rogéria Nantes Nunes Braga, com quem teve seus três filhos mais velhos, Flávio, Carlos e Eduardo. Depois, teria ainda mais um filho, Renan, e uma filha, Laura.
Tornou-se conhecido em 1986, quando escreveu um artigo para a revista Veja criticando os baixos salários dos militares, texto pelo qual foi preso.
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Em 1987, a mesma revista o acusou de planejar plantar bombas em unidades militares, crime militar pelo qual foi condenado em primeira instância, mas o Superior Tribunal Militar (STM) o absolveu no ano seguinte.
Em 1988, foi eleito vereador na Câmara do Rio de Janeiro. Em 1990, se tornou deputado federal, cargo que manteve por sete mandatos, mantendo um perfil polêmico contra os direitos humanos e a favor de pautas conservadoras e religiosas.
Voltou a ganhar popularidade nacional em programas de TV, pelo perfil que misturava radicalismo com toques de humor involuntário. Com os protestos anti-PT que ganharam força a partir de 2013, ficando cada vez mais conhecido do grande público.
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Em 2018, mesmo por um partido nanico, se tornou um fenômeno eleitoral com discurso antissistema. O atentado a faca sofrido em Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, ajudou a consolidar sua imagem de mártir contra os políticos tradicionais, apesar de sua longa carreira na Câmara.
Disputou o segundo turno com Fernando Haddad (PT) e venceu. Na época, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava cumprindo pena em Curitiba.
A presidência de Bolsonaro ficou marcada pelo aprofundamento da polaridade no País. Também colocou figuras controversas em postos importantes – como o secretário nacional da Cultura, acusado de fazer um discurso inspirado no nazismo. Bolsonaro o demitiu logo depois.
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Incentivou projetos que facilitaram o acesso a armas de fogo e mobilizou sua base contra temas ligados à diversidade, educação sexual e questões ambientais. Mantinha um tom bélico contra o STF, governadores e imprensa.
Durante a pandemia de Covid-19, Bolsonaro optou por manter um tom negacionista. Ele, por várias vezes, minimizou o vírus, ironizou o uso de máscaras, atrasou a compra de vacina e promoveu medicamentos considerados perigosos. Desafiou governadores e o STF contra as políticas. Mais de 700 mil pessoas morreram de Covid-19 no Brasil.
Para retomar a popularidade, de olho nas eleições de 2022, o mandatário organizou motociatas pelo País. Ele também passou a colocar o sistema eleitoral em xeque, ao afirmar, sem provas, que as urnas eletrônicas eram fraudadas. Chegou a reunir embaixadores para espalhar suspeitas infundadas sobre as urnas.
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O conservador, porém, acabou derrotado por Lula. Não aceitou passar a faixa presidencial, viajando para os Estados Unidos antes da posse do petista.
Em 8 de janeiro de 2023, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Investigações apontaram que Bolsonaro estimulou, nos bastidores, ações para deslegitimar a eleição. Ele negou as acusações.
Em 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o declarou inelegível por oito anos, por abuso de poder político na reunião com embaixadores estrangeiros.
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No ano seguinte, o STF o tornou réu por tentativa de golpe de Estado. Em setembro de 2025, ele e outros ex-integrantes do seu governo foram condenados por cinco crimes relacionados a um plano de golpe de Estado para impedir Lula de assumir o poder após as eleições de 2022.
Entre os condenados, estão três generais do Exército - Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil) - e Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha.
Também eram réus Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez uma delação premiada que embasa parte da acusação.
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A prisão de Bolsonaro foi fixada em 27 anos e três meses – quase toda em regime fechado.
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