Pressão após acidente faz Ecovias criar protocolo para Anchieta-Imigrantes

A pressão promovida por deputados estaduais após o acidente que deixou milhares de motoristas e passageiros presos na via Anchieta em março deste ano, a concessionária Ecovias Imigrantes anunciou na manhã desta quarta-feira (3/12) um novo protocolo para situações de interdições longas nas vias que ligam a Grande São Paulo à Baixada Santista.

A partir de agora, caso os usuários sejam obrigados a ficar longos períodos em alguma das rodovias, poderá haver distribuição de água e de comida, além do oferecimento de banheiros químicos, a depender do tempo de espera.

O anúncio oficial à imprensa, no 1º Batalhão da Polícia Militar Rodoviária estadual (PMRv), em São Bernardo do Campo, foi feito pelo tenente-coronel Marcelo Estevão de Oliveira, pelo diretor-superintendente da Ecovias, Ronald Marangon, e pela deputada estadual Solange Freitas (União Brasil), uma das parlamentares a frente do movimento que provocou a medida.

Da frente parlamentar ao projeto de lei

Em março deste ano, um caminhão bateu contra uma passarela na via Anchieta, na altura do km 52, em Cubatão. O acidente bloqueou totalmente a rodovia por quase 12 horas, causando sofrimento a milhares de usuários.

Na mesma semana, a Frente Parlamentar em Defesa da Baixada Santista, Vale do Ribeira e Litoral Norte da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) realizou uma reunião online para debater soluções para os problemas enfrentados na Anchieta em casos de acidentes graves.

O encontro inicial contou, além de Solange, com a participação dos deputados Caio França (PSB), Tenente Coimbra (PL) e Paulo Correa Jr. (PSD).

Com as reuniões seguintes, que tiverem representantes da PMRv e da Ecovias, saiu um projeto de lei que prevê protocolo para minimizar o sofrimento de usuários em casos do tipo, que segue tramitando na Alesp.

"Naquele momento os usuários ficaram horas e horas sem nenhum tipo de assistência, sem água, sem alimentação, sem poder ir ao banheiro. Os deputados então se reuniram, e dali surgiu a ideia do projeto de lei que está tramitando, para criar protocolos em todas as estradas em casos como esse. Daquela reunião surgiu a ideia de fazer esse protocolo entre a polícia e a Ecovias", destacou Solange, na manhã desta quarta à Gazeta.

Agora, disse, a intenção é que as outras concessionárias sigam a iniciativa mesmo antes da possível aprovação da lei estadual. "Tenho certeza que as outras também vão partir para isso. É uma novidade, que com certeza será levada a outras concessões. Não precisa esperar virar lei", completou a parlamentar.