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Cotidiano

ABC ganha duas mil indústrias em 34 anos, mas perde metade dos empregos

Segundo o estudo, o número de indústrias em oito setores saltou de 2.665 em 1985 para 4.498 em 2019

Matheus Herbert

25/05/2021 às 11:30

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Na mesma comparação, o total de postos de trabalho formais caiu de 298.736 para 153.622

Na mesma comparação, o total de postos de trabalho formais caiu de 298.736 para 153.622 | DIVULGAÇÃO

O Dia da Indústria, que é comemorado nacionalmente nesta terça-feira (25), não traz notícias animadoras para o setor no ABC. Estudo publicado na 17ª carta do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da Universidade Municipal de São Caetano (Conjuscs) revela que, entre 1985 e 2019, os oito principais subsetores fabris da região aumentaram em 68,8% o número de empresas, mas essa expansão não foi acompanhada de crescimento no emprego. Pelo contrário, o estoque de trabalhadores com carteira assinada recuou 48,6% na mesma comparação.

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O estudo emprega dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Economia, para acompanhar a evolução do número de empresas e de postos de trabalho em oito setores industriais: metalurgia, mecânica, materiais elétricos e de comunicação, veículos/autopeças, madeira/mobiliário, papel, borracha/couro e químico/farmacêutico. As informações são do "Diário Regional". 

Segundo o estudo, o número de indústrias nesses oito setores saltou de 2.665 em 1985 para 4.498 em 2019. Na mesma comparação, o total de postos de trabalho formais caiu de 298.736 para 153.622.

Ainda segundo a nota técnica, a evolução do número de empresas revela, sobretudo, a fragmentação das grandes empresas e a terceirização de atividades, por meio da intensa reestruturação produtiva ocorrida no período.

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Os dados apontam para uma mudança no perfil das indústrias da região, com o predomínio atual de micro e pequenos estabelecimentos. Se, em 1985, as empresas tinham, em média, 112 funcionários, em 2019 o número caiu para 34. No setor automotivo e de autopeças, a redução é ainda mais expressiva, de 766 para 173.

“O problema é que as pequenas indústrias são mais frágeis e não têm a mesma capacidade de inovação e de evolução tecnológica que as fábricas de maior porte. Hoje, vivemos a Indústria 4.0, mas boa parte do parque fabril do ABC parou na segunda e na terceira revoluções industriais”, comentou a economista Gisele Yamauchi, que é pesquisadora do Conjuscs e assina o artigo juntamente com o economista Jefferson José da Conceição, que coordena o observatório.

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“São setores tradicionais, que fizeram a história do ABC e precisam ser olhados com atenção pelo poder público, no sentido de oferecer condições para que essas empresas possam se aperfeiçoar e acompanhar a evolução tecnológica”, prosseguiu Gisele.

O estudo destaca ainda que os atores do ABC precisam conectar os setores que compõem a estrutura produtiva da região com as novas áreas de expansão da economia (entre as quais saúde, economia digital, tecnologia da informação e comunicação, economia circular e economia verde) e com a rede de pesquisa e inovação, como as universidades e os laboratórios públicos e privados.

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