Após afastamento de Cury, Padre Afonso Lobato toma posse na Alesp

Padre Afonso Lobato (PV) tomou posse como deputado estadual na manhã desta sexta-feira. Ele assumiu  o cargo em razão da perda temporária de mandato do deputado Fernando Cury (Cidadania), aprovada pelo Plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no dia 1º de abril, por importunação sexual à deputada Isa Penna (PSOL).

É a quinta vez que o político ocupa uma vaga no Legislativo paulista. Natural de Redenção da Serra, no interior de São Paulo, José Afonso Lobato é sacerdote da Igreja Católica há 30 anos e foi deputado estadual entre 2003 e 2019.

Ao tomar posse, o parlamentar disse que sua expectativa é fazer com que o mandato de deputado estadual falou sobre acolhimento e sensibilidade.

"Assumo o cargo colocando-me à serviço da população. O mandato é uma ferramenta importante e eu percebi, como padre, que é um instrumento que, aliado à minha vocação e à minha escolha, amplia a forma da gente trabalhar. Hoje precisamos ser acolhedores e sensíveis à dor do outro, porque vivemos momentos em que, às vezes, o egoísmo fala mais alto", disse.

Na cerimônia, o anfitrião da posse, o 2º vice-presidente da Alesp, deputado André do Prado (PL),  desejou sucesso ao colega. "É uma honra muito grande ter dado posse ao meu querido e grande amigo, representante da mesma região que eu, padre Afonso Lobato. Todos nós já conhecemos o trabalho dele como deputado, com suas conquistas para o Estado de São Paulo e para o Vale do Paraíba. Então sua chegada à Alesp vai agregar muito a esta Casa", disse.

Caso Cury

Por 86 votos a zero, o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania) foi suspenso por 180 dias pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na última quinta-feira (1º), por importunação sexual contra a deputada Isa Penna (PSOL). Essa nova pena se sobrepõe à primeira, de 119 dias, considerada branda demais, porque com punições de até quatro meses a atividade do gabinete parlamentar não é suspensa. Com a penalidade maior, Cury perde ainda salário e o suplente é convocado para assumir em seu lugar durante o período. A nova punição ocorreu após pressão de setores da sociedade civil e a união de partidos políticos. 

Isa Penna defendia a cassação do mandato de Cury, mas considerou o resultado como uma vitória parcial. “A maior Assembleia da América Latina reconheceu o assédio. Desde 1999 não temos uma punição na Casa e quando ela aconteceu foi por improbidade administrativa”, disse. “A vitória com todas as letras maiúsculas seria a cassação. A vitória completa será quando nenhuma de nós seja importunada, violentada sem que haja punição”, completou a parlamentar.