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Cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem sem saneamento básico na maior cidade do Brasil; maioria se localiza na zona sul
06/06/2022 às 14:00 atualizado em 06/06/2022 às 14:26
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Vista da favela Alba, na zona sul da Capital | Divulgação/Governo de SP
A capital paulista tem atualmente cerca de 370 mil imóveis sem conexão com a rede de esgoto, locais onde vivem aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. O levantamento foi realizado pelo jornal "SP2" com dados da Sabesp obtidos por Lei de Acesso à Informação.
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De acordo com dados da Sabesp, cerca de 33% dos imóveis sem saneamento básico se localizam na zona sul da cidade. Ainda entre as regiões onde o problema é mais grave estão as zonas norte, leste, o centro e a zona oeste.
Número de imóveis sem tratamento de esgoto:
Abrigando mais de 500 famílias morando perto da Represa Billings, a comunidade do Jardim Ellus, no extremo da zona sul é um destes locais onde o saneamento básico não existe. A rua principal foi asfaltada recentemente, mas todo o esgoto das casas é lançado em fossas sépticas. Este tipo de destinação aos dejetos só é indicado para áreas onde há dificuldade para instalação da rede de coleta de esgoto conectada a uma estação de tratamento, mas este não é o caso desta comunidade.
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"Quando enche a gente é obrigado a pagar para o caminhão vir desgotar a fossa. E o total disso sai R$1500", diz o morador e líder comunitário Damião Gomes Teixeira.
Situação ainda pior é a de quem mora afastado da rua principal. Nestas casas, o esgoto é despejado direto em um córrego que passa pela região. Não há sequer uma destinação minimamente adequada.
"Cai esgoto direto aqui, é um mau cheiro. A gente mora aqui, não tem outro lugar pra morar e o mau cheiro fica aí, a gente tem que conviver com isso", diz Erinaldo Silva dos Santos.
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Todo esse esgoto vai parar direto na Represa Billings que fica a poucos metros de distância da comunidade. Construída há quase 100 anos, o espelho d'água tem mais de 100 quilômetros quadrados e recebe dejetos da favela vizinha.
Uma pesquisa do Instituto Cidades Sustentáveis mostra que, apesar da gravidade mostrada pelos números, apenas 22% da população adulta da cidade de São Paulo diz estar preocupada com a situação do sistema de coleta e tratamento de esgoto. A mesma pesquisa revela que a preocupação da maioria dos entrevistados (57%) é, na verdade, a situação dos rios.
Sobre a falta de saneamento no Jardim Ellus, a prefeitura informou em nota que não cobra pela oferta serviços públicos de zeladoria, e que a subprefeitura Capela do Socorro realiza serviços de limpeza de galerias na região. Mas como parte da área da comunidade é proriedade particular, o custo do serviço de limpeza da fossa é de responsabilidade do proprietário do imóvel.
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Já a Sabesp diz que desde 2016 tem aumentado o investimento em rede de esgoto na capital e que em 2020 o valor chegou a quase R$ 500 mil.
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