COP30 encurrala países em noite decisiva por acordo climático

A COP30, conferência do clima das Nações Unidas, chegou ao último dia oficial nesta sexta-feira (21/11), mas ainda com impasse em relação ao texto final, que norteará as ações dos países daqui adiante.

Com isso, as tratativas entre os líderes seguem pela madrugada, e a expectativa é que nenhum resultado seja anunciado antes de sábado (22/11) pela manhã. Pode até ser que fique só para domingo (23/11).

O que travou o Pacote de Belém

Os temas que emperram o Pacote de Belém, como o texto final será chamado, são combustíveis fósseis, financiamento para adaptação, medidas unilaterais de comércio relacionadas ao clima e a insuficiência das NDCs (planos nacionais de ação climática).

Os rascunhos publicados não fizeram qualquer menção aos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão), o que desagradou a União Europeia, e outros países. Já os países árabes resistem a mudanças no tema. Na noite de quinta-feira (20/11), mais de 30 países haviam afirmado que não apoiariam um texto final da cúpula que deixe de fora um mapa do caminho de transição global para longe dos combustíveis fósseis.

Cientistas brasileiros e estrangeiros soltaram uma nota conjunta em que afirmam que ausência explícita da expressão “combustíveis fósseis” representa um retrocesso grave diante da emergência climática.

“Apesar de um grande número de países se unirem em torno de roteiros para acabar com a dependência de combustíveis fósseis e com o desmatamento – e do impulso dado pelo presidente do Brasil – as palavras ‘combustíveis fósseis’ estão completamente ausentes do texto mais recente”, afirmam os pesquisadores.

Ao longo da COP, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) citou por algumas vezes como prioridade a inclusão de um mapa do caminho para o abandono de combustíveis fósseis, e a expectativa era de que esse tema fosse central. O que acabou não acontecendo nos rascunhos publicados.

195 países

A COP30 registrou mais de 42 mil participantes de 195 países na Blue Zone. A informação, ainda parcial, é do Ministério do Turismo.

Os dados foram coletados pelo ministério e pela Polícia Federal entre os dias 10 e 20 de novembro. Os números não incluem a Green Zone, área aberta ao público que não exige credenciamento.