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Cotidiano

Diretores de produtora contam como produzem sucessos estrondosos do rap nacional

Yalla Rec trabalha com nomes gigantes do rap nacional e já ultrapassou 1 bilhão de streams

Bruno Hoffmann

04/07/2025 às 13:30  atualizado em 04/07/2025 às 17:56

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Paiva e Drum durante participação no podcast Direto da Gazeta

Paiva e Drum durante participação no podcast Direto da Gazeta | Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

Empresa responsável por sucessos estrondosos do hip hop e de outros gêneros, a Yalla Rec é comandada por Drum, fundador e diretor criativo, e por Paiva Prod, diretor musical.

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Eles trabalham com nomes como Negra Li, Nog, Fabio Brazza, Cynthia Luz, Seu Jorge, MC Hariel, Luiza Sonza, El Coffee e até Ronaldinho Gaúcho, entre tantos outros artistas.

Drum se aproximou do rap em 1998, por causa do skate/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Drum se aproximou do rap em 1998, por causa do skate/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Ambos são diretores da Yalla Rec, que já ultrapassou 1 bilhão de streams pelas plataformas digitais/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Ambos são diretores da Yalla Rec, que já ultrapassou 1 bilhão de streams pelas plataformas digitais/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Paiva revelou ser envolvido com música desde a infância/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Paiva revelou ser envolvido com música desde a infância/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Neste ano, segundo a dupla, rolará até um projeto infantil/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Neste ano, segundo a dupla, rolará até um projeto infantil/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Os responsáveis pela Yalla Rec foram entrevistados pelo podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo
Os responsáveis pela Yalla Rec foram entrevistados pelo podcast Direto da Gazeta/Thiago Neme/Gazeta de S. Paulo

Os números impressionam. As produções da Yalla Rec ultrapassam 1 bilhão de streams pelas plataformas digitais. A empresa, porém, não se baseia só nos números. O trabalho de gestão de carreira é feito com calma e globalmente, para que o artista alcance o potencial da maneira mais certeira possível.

“Quando é um artista novo, ainda não tão conhecido, acreditamos muito em sermos um laboratório à disposição dele. Dessa forma, precisamos de tempo para entender e trocar ideia, para encontrar a personalidade artística de fato da pessoa”, destacou Prod, em entrevista ao podcast Direto da Gazeta.

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“Por ser um laboratório, perde aquela pressão. Em outros lugares normalmente o cara paga uma hora de estúdio e precisa fazer a música da vida dele. Nós, não. Vamos sempre testar e testar e testar antes”, completou Drum.

Com nomes consagrados, o caminho é mais tranquilo, pelo artista já saber melhor como pretende se posicionar. Como exemplo, lembraram de uma vez que precisariam trabalhar com Seu Jorge, mas passaram três horas conversando sobre amenidades antes de entrar e no estúdio para, de fato, gravar.

“Falamos de tudo, menos de música”, lembrou Paiva, entre risos.

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Na entrevista, ambos ainda disseram que descartam qualquer preconceito musical, e que o Brasil se caracteriza por misturar estilos “O único gênero que nunca trabalhamos foi o sertanejo. Mas até que teve uns sertanejos misturados com trap que rolaram”, ressaltou Drum.

A dupla também revelou a emoção pelas indicações ao Grammy, mesmo mantendo o cotidiano de produtora independente.

Uma das indicações especiais ao Grammy foi com uma produção para o rapper Kayode em 2023, pelo videoclipe de “Podcast/Pedra da Memória”. O audiovisual foi indicado na categoria Melhor Vídeo Musical Versão Curta com concorrentes de todo o mundo, não apenas latinos.

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“Choramos quando vimos o vídeo pronto, foi emocionante. Depois fomos indicamos ao Grammy sem nem saber que estávamos inscritos. Foi uma surpresa gigante, inesquecível”, destacou Paiva.

Família de músicos

Os pais de Paiva sempre se dedicaram à música, assim como o irmão, 12 anos mais velho, que já era produtor quando ele ainda era criança. “Já tinha uma pequena vivência de estúdio em casa”.

Com 15 anos, fez curso técnico de guitarra, e queria estudar música fora do País, sem pensar tanto em produção. Aos poucos começou a se gravar, a produzir os próprios sons, e percebeu que tinha habilidade, mesmo sem tantos recursos tecnológicos.

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Começou, também, a fazer beats e vender no Soundcloud, uma plataforma online de publicação de áudio. Ao mesmo tempo, se envolveu com nomes do soundsystem e se aproximou de batalhas de rap.

Um pouco mais tarde fez faculdade de produção musical, quando começou realmente a se envolver com mais ênfase na música, e nunca mais parou.

Já Drum se aproximou do hip hop entre 1998 e 1999, por causa da sua paixão pelo skate. Ele andava no Vale do Anhangabaú, onde figuras do rap também batiam cartão.

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Ele se mantinha inicialmente meio distante, porém, pelo respeito que tinha por aquelas personalidades.

“Depois, colei em batalhas, assisti às primeiras do Emicida, vi o surgimento da Batalha do Santa Cruz, e por aí foi”, lembrou.

Ele também participou de várias batalhas de rima, o que na época não dava qualquer dinheiro. Hoje, as batalhas são uma febre no País todo. Nessa época, lembrou, ninguém estava no rap para ganhar dinheiro, “porque nem dava”, mas pelo amor à cultura.

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Relevância da cultura popular brasileira

Os dois também destacaram a força de gêneros populares brasileiros, como o funk. “Quem fala que funk não é música parou no tempo, estão batendo cabeça. Hoje é dia o funk é grande mundialmente, sem controle”, analisou Paiva.

Ele também lembrou ter sido indicado pela primeira vez ao Grammy Latino devido a um funk gravado pela Luiza Sonza, em 2022. “O funk me levou até lá. Temos de parar de pagar pau para gringo e nos valorizar cada vez mais”.

“Todos os estilos regionais do Brasil estão se juntando. O trap juntou com o funk, que faz colaboração com os caras do piseiro, que por sua vez se une com os caras do brega. Tem um movimento muito da hora de juntar nossas coisas brasileiras”, destacou ainda.

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Pagamento das plataformas

Segundo os dois, apesar de ultrapassarem 1 bilhão de streams, o pagamento das plataformas não é mais a principal fonte de renda. “Elas pagam cada vez menos”, ressaltou Drum.

Além disso, destacou que há muito reinvestimento na própria empresa, por ser uma gravadora independente, para manter o ecossistema funcionando para os artistas.

“Tudo o que tem que fazer para lançar uma música se gasta uma grana alta. Não cai [o dinheiro] diretamente nós nem de longe como o pessoal pensa”, disse Paiva.

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“Nosso maior pagamento, o ápice do nosso trabalho, ocorre, por exemplo, quando lançamos o álbum da Negra Li, de ver o resultado do que deu tanto trabalho e dedicação”, disse Drum, que foi o responsável, por exemplo, por criar o nome do álbum da rapper, “O silêncio que grita”.

“O Drum tem um talento para dar nome para álbuns”, revelou Paiva.

Genialidade de Brazza

Eles destacaram a parceria com Fabio Brazza, o rapper e sambista que passeia também pela poesia e outros gêneros artísticos. “É um gênio”, exaltou Drum.

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“A partir do momento que ele troca e-mail com Chico Buarque sobre composição, que ele compõe com pessoas que o pessoal imagina, é um fora de série”, continuou.

“Ele trabalha tanto que precisei tirar umas férias dele. Falei: ‘Brazacza, vai procurar o que fazer, fica seis meses em outro lugar”, brincou Paiva.

“Isso tudo sem beber, sem fumar, sem nada disso que as pessoas relacionam a artistas. Ele só é viciado em trabalho e em chocolate”, completou.

Por fim, Drum e Paiva afirmaram que seguem com vários projetos, inclusive um trabalho voltado ao público infantil com animais característicos do Brasil. Até o vira-lata caramelo pode aparecer por aí.

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