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Cotidiano

Em reunião do PSDB, deputado diz haver pressão para apoio a Bolsonaro

O ex-deputado foi um dos líderes do movimento que contribuiu para a queda de Dilma Rousseff

18/05/2022 às 10:20  atualizado em 18/05/2022 às 12:53

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Bolsonaro

Bolsonaro | Reprodução/Facebook/Jair Bolsonaro

O secretário-geral do PSDB, deputado Beto Pereira (MS), disse nesta terça-feira, 17, que colegas do partido no Mato Grosso do Sul se sentem "desconfortáveis" em não estar com o presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial deste ano

Na reunião da Executiva Nacional do PSDB, Pereira reclamou da pré-candidatura do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) à Presidência. O deputado disse que a alta rejeição de Doria atrapalha o também tucano Eduardo Riedel, que vai concorrer ao governo do Mato Grosso do Sul e tenta uma aliança com Tereza Cristina (Progressistas-MS), ex-ministra de Agricultura de Bolsonaro e pré-candidata ao Senado.

"O que eu falei é que o Eduardo Riedel, também presente à reunião, está tendo um desconforto no Estado do Mato Grosso do Sul em não declarar apoio ao Bolsonaro em virtude da candidatura ao Senado da Tereza Cristina na sua chapa", afirmou Pereira ao Estadão/Broadcast. O deputado destacou, porém, que, diferentemente do conterrâneo, não apoiará a reeleição do presidente.

A reunião da Executiva desta terça foi marcada por críticas a Doria, e haverá pressão para que ele desista da disputa ao Palácio do Planalto. O ex-governador foi convocado para uma reunião com a cúpula do PSDB e governadores nesta quarta-feira, 18, mas resiste a comparecer. O objetivo do encontro é pressionar Doria, que venceu as prévias para a escolha do candidato do PSDB, em novembro do ano passado, a desistir do páreo. O partido está rachado. Uma ala quer lançar outro nome, que não o de Doria - os mais citados são o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite e o senador Tasso Jereissati -, mas há quem defenda o apoio à senadora Simone Tebet (MDB-MS).

O comando do PSDB negocia com o MDB a construção de uma chapa única. Os dois partidos pretendem anunciar nesta quarta o resultado de pesquisas qualitativa e quantitativa para ajudar na definição da candidatura à sucessão de Bolsonaro. A ideia original era que a chapa fosse anunciada após o resultado dos levantamentos, mas a decisão foi adiada para uma data próxima das convenções, que ocorrem em julho e agosto. Até agora não há acordo. Ninguém quer ser vice e a tendência é que cada partido siga seu rumo.

A aliança com o MDB também enfrenta resistência do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), para quem os tucanos devem apresentar outro candidato ao Planalto que não seja Doria. Aécio também diz temer que Tebet seja rifada por caciques do MDB na convenção. Em conversas reservadas, o deputado tem reclamado da pressão por uma dobradinha com o MDB. Ele afirma que não quer esperar para ver o que vão fazer, de um lado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o ex-presidente José Sarney - defensores do apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - e, de outro, integrantes do MDB da região Sul, que estão com Bolsonaro. Apesar de apresentar a candidatura de Tebet, o MDB também vive uma divisão interna.

Na avaliação de Aécio, a tentativa de dar celeridade a uma aliança com o MDB seria uma forma de retirar a pré-candidatura de Doria. Desafeto do ex-governador, o deputado prefere, porém, que Doria seja convencido a desistir. Aécio prega o lançamento de Jereissati ou de Leite no lugar de Doria.

Ao sair da reunião da Executiva do PSDB, nesta terça-feira, 17, Tasso defendeu a aliança com o MDB, mas negou que pretenda ser vice de Tebet ou mesmo encabeçar a chapa. "Isso não está no meu projeto de vida", disse ele.

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