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Cotidiano

Médico acusado de homofobia é afastado pela prefeitura de Santo André

O médico foi acusado de homofobia no atendimento a um paciente gay com suspeita de varíola dos macacos, onde insistiu em perguntar se ele era HIV positivo

Leonardo Sandre

01/08/2022 às 11:12  atualizado em 01/08/2022 às 11:29

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UPA Central de Santo André, na Grande São Paulo

UPA Central de Santo André, na Grande São Paulo | Reprodução/Google Maps

A prefeitura de Santo André anunciou neste sábado (30) que afastou o médico que foi acusado de homofobia no atendimento a um paciente gay com suspeita de varíola dos macacos. A prefeitura informou que, "assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou processo de apuração" e que, "durante este processo, o médico permanecerá afastado dos plantões nos equipamentos municipais de saúde".

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O ator Matheus Góis, de 23 anos, relatou ter sido vítima de homofobia durante o atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santo André, na Grande São Paulo, na segunda-feira (25). Mesmo após negativa, o médico insistiu em querer saber se ele era portador do vírus HIV, e questionou se ele tinha certeza de sua condição.

O caso ocorreu na UPA Central de Santo André, onde o paciente esteve após ser encaminhado pelo Centro Médico de Especialidades da Vila Vitória, também em Santo André.

Matheus foi direcionado à UPA Central após uma médica do Centro de Especialidades informá-lo da suspeita de monkeypox, também conhecida como varíola dos macacos, já que o Centro de Especialidades não tem testes para esse tipo de diagnóstico.

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Em nota, a prefeitura disse que "lamenta o ocorrido" e que "se comprovada conduta preconceituosa, o médico será severamente punido".

Na última quarta, o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselhou que homens que fazem sexo com homens – como gays, bissexuais e trabalhadores do sexo – reduzam, neste momento, o número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição à varíola dos macacos (monkeypox).

O CASO

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Matheus procurou inicialmente a UPA Vila Luzita, também em Santo André, na manhã de segunda (25), com sintomas como dores nas costas e na região anal, além de feridas espalhadas pelo corpo.

Na unidade, a equipe suspeitou de sífilis, e o direcionou para o Centro de Especialidades Vila Vitória para que ele realizasse um exame da doença.

No Centro de Especialidades Vila Vitória, a equipe começou a suspeitar de varíola dos macacos, e orientou o paciente a ficar em isolamento. Matheus foi informado sobre o resultado negativo do exame de sífilis, e encaminhado para a UPA Central para fazer o teste de monkeypox.

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O jovem já fazia acompanhamento no Centro de Especialidades para receber a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), medicamento que previne a infecção do vírus HIV e é indicado para grupos considerados de maior risco, como gays, homens que fazem sexo com outros homens (HSH), profissionais do sexo, homens trans, mulheres trans e travestis.

Ele acredita que o tratamento que recebeu do médico na UPA Central ocorreu, em parte, porque ele havia sido encaminhado por uma unidade de saúde que atende pacientes com Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), entre outros públicos.

Enfermeiras da UPA Central, coletaram uma amostra para o exame de varíola dos macacos e o orientaram a ficar em isolamento.

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O ator, de 23 anos, contou que não recebeu nenhuma prescrição médica para tratar, em casa, a dor ou as feridas pelo corpo. Ele foi orientado apenas a ficar isolado, e aguardar o resultado do exame, que chegou nesta sexta (29) e foi positivo pra monkeypox.

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