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Cotidiano

Presidente da Caixa é acusado de assédio sexual; queda é vista como certa

Integrantes da campanha de Bolsonaro afirmam que, se forem comprovadas as denúncias de assédio contra o presidente da Caixa, ele deve deixar o posto

29/06/2022 às 09:21  atualizado em 29/06/2022 às 09:33

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O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em anúncio sobre autorização para primeira agência da Caixa em Fernando de Noronha

O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em anúncio sobre autorização para primeira agência da Caixa em Fernando de Noronha | Reprodução

Interlocutores no Palácio do Planalto dizem que a manutenção de Pedro Guimarães à frente da Caixa Econômica Federal se tornou insustentável em meio a denúncias de assédio sexual envolvendo o executivo.

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Como ele faz parte do conselho da instituição financeira, contudo, sua saída teria de ser via colegiado da Caixa ou por renúncia.


Nesta terça-feira (28), diante da repercussão do caso, a Caixa cancelou evento que aconteceria na manhã desta quarta (29) com a presença de Guimarães. O banco havia programado pronunciamento e uma coletiva de imprensa sobre o Ano Safra 2022/2023.


Integrantes da campanha de Bolsonaro afirmam que, se forem comprovadas as denúncias de assédio contra o presidente da Caixa, ele deve deixar o posto.

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Aliados do presidente afirmam que ele próprio deve tomar uma atitude. Apesar disso, minimizam o impacto que as denúncias têm sobre o projeto de reeleição.


Acusação revelada pelo portal Metrópoles nesta terça afirma que ao menos cinco funcionárias da Caixa acusam Guimarães de assédio sexual. Em um dos relatos, uma delas diz que uma pessoa ligada ao presidente do banco perguntou o que fariam "se o presidente" quisesse "transar com você?".


Segundo a denunciante, ele estava na piscina e "parecia um boto se exibindo". Além disso, funcionárias recebiam chamados para ir no quarto de Guimarães, entre outros relatos.

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Procurado pela Folha para comentar as denúncias, o presidente da Caixa não respondeu. Ao Metrópoles, o banco informou desconhecimento acerca das acusações.


Uma apuração foi aberta na Procuradoria da República no Distrito Federal. O caso tramita sob sigilo.


O presidente da Caixa é um dos nomes mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL) no governo. Está no cargo por indicação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e ganhou a confiança do chefe do Executivo ao longo do mandato.

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Guimarães chegou a se colocar na disputa pela vaga de vice na chapa de Bolsonaro que disputará a reeleição neste ano.


Na avaliação de interlocutores do Palácio do Planalto, apesar da proximidade com o presidente, a saída dele do governo se fez necessária devido às eleições deste ano.


As denúncias surgiram no momento em que Bolsonaro tenta melhorar a imagem junto ao público feminino, fatia do eleitorado em que registra um dos piores índices de intenção de votos.

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Guimarães chegou a ser cogitado como substituto de Guedes em momentos de crise na pasta de seu padrinho no governo. Ele se aproximou do mandatário e sua família por ter uma visão de mundo similar à da família Bolsonaro.


Isso ficou claro, por exemplo, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) mandou o governo divulgar o vídeo da reunião ministerial em que o ex-ministro Sergio Moro afirmava que ficaria comprovada a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.


No encontro, que ocorreu no início da pandemia da Covid-19, Guimarães fez críticas ao isolamento social, que era recomendado pelo consenso da unidade científica brasileira e mundial.

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Ele criticou o fato de, na época, funcionários estarem trabalhando de casa.. "Tá todo mundo em home office. Que porcaria é essa?", disse. Também chamou a pandemia de "histeria coletiva".


A proximidade ficou explícita em diversos eventos públicos e nas lives semanais do presidente -ele era um dos mais frequentes participantes das transmissões ao vivo de Bolsonaro nas redes sociais.


Em outro episódio, Guimarães atuou diretamente para evitar que a Fiesp publicasse um manifesto em que demonstraria preocupação com a escalada da crise entre os Poderes em meio às ameaças golpistas de Bolsonaro às vésperas do 7 de setembro do ano passado.

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