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Cotidiano
O hábito é mais comum para as meninas: 36% delas já recorreram à ajuda online, enquanto, no caso dos meninos, foram 29%
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Atualmente, 88% das crianças e dos adolescentes dos 9 aos 17 anos possuem perfil nas redes sociais. Apesar de a maioria das redes permitir oficialmente a inscrição apenas daqueles que têm 13 anos ou mais. | Yura Fresh/Unsplash
Um terço das crianças e adolescentes brasileiros de 11 a 17 anos afirma já ter procurado apoio emocional na internet. O hábito é mais comum para as meninas: 36% delas já recorreram à ajuda online, enquanto, no caso dos meninos, foram 29%.
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Essa não é uma notícia nem boa nem má, mas atesta a importância de as famílias e os educadores estarem atentos a esse tipo de busca, explica Luísa Adib, coordenadora da pesquisa TIC Kids Online Brasil, referência na análise do comportamento digital na infância e na adolescência, divulgada nesta terça (16).
Para se investigar a procura por apoio emocional online, foi selecionada a faixa etária dos 11 aos 17 anos, com a seguinte pergunta: "Já usou a internet para procurar ajuda quando aconteceu algo ruim com você ou para conversar sobre suas emoções quando se sentiu triste?"
Dentre os 32% que responderam "sim", pode haver tanto os que seguiram um caminho seguro e, de fato, conseguiram apoio, quanto aqueles que acabaram entrando em contato com pessoas ou grupos que, em vez de ajudar, complicaram ainda mais as suas dificuldades emocionais.
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Diante dos prejuízos causados a crianças e adolescentes pela pandemia e pelo fechamento prolongado das escolas nesse período, o tema da saúde mental foi pela primeira vez incluído na TIC Kids Online Brasil -TIC é a sigla de Tecnologia de Informação e Comunicação.
"Nossa pesquisa tem o objetivo de olhar para o uso da internet na infância e na adolescência a fim de se pensar em estratégias para fomentar o bem-estar das crianças e dos adolescentes", afirma Adib.
O estudo é feito anualmente, desde 2012 (com exceção de 2020, em razão do confinamento), pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, que reúne representantes governamentais e da sociedade civil para estabelecer as diretrizes do uso da internet no país.
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As amostras são nacionais, com base nos dados do IBGE. Nesta edição, foram entrevistados presencialmente, de outubro de 2021 a março de 2022, 2.651 crianças e adolescentes, além de seus pais ou responsáveis. Os resultados serão apresentados e debatidos nesta terça-feira (16) no 7º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo YouTube, no canal do Nic.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR).
O levantamento é uma ferramenta para mapear riscos da internet para crianças e adolescentes e também para se discutir práticas de mediação e controle dos pais e educadores. É ainda uma forma de demonstrar as desigualdades não apenas no acesso à internet como também na maneira como a rede é utilizada. E esse é um dado que chama a atenção na nova edição.
A pandemia fez explodir também o uso das redes sociais. De 68% que as utilizavam em 2019, subiu para 78% em 2021. Da mesma forma cresceu o acesso a games online com contato com outros jogadores (57% para 66%) e até as compras (9% para 19%).
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Atualmente, 88% das crianças e dos adolescentes dos 9 aos 17 anos possuem perfil nas redes sociais. Apesar de a maioria das redes permitir oficialmente a inscrição apenas daqueles que têm 13 anos ou mais, os mais novos têm presença maciça. Das crianças de 9 e 10 anos, 68% estão nas redes. Dentre as de 10 e 11 anos, são 86%.
"São dados que reforçam a enorme importância do diálogo e da mediação dos adultos no uso da internet na infância e na adolescência", finaliza Adib.
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