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Fenômeno luminoso captado na Estação Espacial Internacional revela detalhes ocultos sobre descargas na alta atmosfera | Paul Smith/The European Space Agency
Um clarão avermelhado, breve e silencioso, apareceu sobre as nuvens e chamou a atenção de um astronauta na Estação Espacial Internacional (ISS). O fenômeno, quase impossível de ver da Terra, intriga especialistas há décadas.
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O registro, feito em dezembro de 2023 por Andreas Mogensen, revela um tipo de “relâmpago secreto” que surge muito acima das tempestades e abre novas pistas sobre o comportamento da atmosfera.
Rápido demais para olhos comuns e raro demais para câmeras tradicionais, o chamado “duende vermelho” continua desafiando quem tenta entender o que acontece nas camadas mais altas do céu.
Eventos Luminosos Transitórios, conhecidos como TLEs, ocorrem entre 40 e 80 km acima da superfície, longe do alcance de quem observa tempestades do chão. Com isso, muitos relatos ficaram no campo do mistério, mesmo entre pilotos experientes.
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Esse comportamento lembra outros registros luminosos raros, como a aurora vermelha captada pela Nasa, que também chamou a atenção de pesquisadores.
A imagem registrada agora nasce de um estudo contínuo, pensado justamente para entender descargas que escapam das câmeras comuns. Não por acaso, os duendes vermelhos ganharam fama por lembrarem “uma força alienígena invasora”, como define a própria literatura científica.
Assim como relâmpagos tradicionais, esses eventos surgem a partir do acúmulo de carga elétrica nas nuvens. A diferença é que a descarga ocorre na mesosfera, onde a interação com o nitrogênio produz o brilho vermelho vibrante.
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Para registrar um fenômeno tão veloz, Mogensen utilizou uma “câmera de eventos”, capaz de detectar mudanças de contraste em vez de formar imagens convencionais. A tecnologia opera quase como um olho humano e chega a produzir cem mil registros por segundo.
O cientista Olivier Chanrion celebrou o resultado. “Estas imagens tiradas por Andreas são fantásticas”, afirmou em comunicado da ESA (Agência Espacial Europeia), destacando que a câmera oferece a resolução temporal necessária para seguir processos extremamente rápidos.
O equipamento integra o experimento Thor-Davis, dedicado a estudar descargas na alta atmosfera e a possível influência delas na composição de gases ligados ao efeito estufa.
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A investigação atual dá continuidade ao trabalho iniciado em 2015, quando a missão Thor registrou outro fenômeno incomum: um jato azul, descarga que surge em direção ao espaço.
Desde então, os pesquisadores tentam entender como essas luzes moldam o comportamento químico da atmosfera. É uma linha de investigação que conversa com um dos fenômenos atmosféricos mais comentados, como a aurora boreal que surpreendeu moradores no Brasil.
A observação de duendes vermelhos abre caminho para análises ainda mais precisas. Como ocorrem em regiões pouco acessíveis, qualquer registro ajuda a encurtar distâncias entre teoria e prática, especialmente no estudo de tempestades intensas.
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Apesar de brilharem por frações de segundo, esses eventos revelam detalhes fundamentais sobre as camadas superiores do planeta — e sobre o quanto ainda temos a descobrir acima das nuvens.
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