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SÍMBOLO DE SÃO PAULO

Memória: Avenida Paulista celebra 130 anos no dia 8

Avenida mais famosa do Brasil, Paulista era caminho de bois para o matadouro

Gladys Magalhães

Publicado em 02/12/2021 às 15:42

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Avenida mais famosa do Brasil, Paulista era caminho de bois para o matadouro; hoje é uma das mais movimentadas da Capital / /Diegograndi

Quem passa pelos cerca de 3 quilômetros da Avenida Paulista, não imagina que pela avenida mais famosa do Brasil, em vez do trânsito frenético de carros e pedestres, eram os bois, a caminho do matadouro, que costumavam frequentar a região, em meados do século 19.

Tudo começou a mudar, quando, na última década dos anos de 1800, a sociedade paulistana passou a demonstrar o desejo de habitar outros lugares, mais distantes do centro, o que levou o engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima a associar-se com João Borges de Figueiredo e João Augusto Garcia para comprar terrenos na região da Rua da Real Grandeza, atual Avenida Paulista, e fundar ali a primeira avenida totalmente planejada do Estado.

A Paulista foi inaugurada no dia 8 de dezembro de 1891. Seu nome deveria ser Avenida das Acácias ou Prado de São Paulo, mas Lima decidiu por Avenida Paulista, em homenagem aos nascidos no Estado.

Macaque in the trees
Vista aérea da Casa das Rosas, casarão localizado na Avenida Paulista. Foto de 03.1985. - Sérgio Tomisaki/Folhapress

Rua residencial
Antes de se tornar centro financeiro da cidade, ou mesmo de assumir sua atual vocação cultural, a Paulista foi uma via predominantemente residencial. Seus primeiros moradores eram Barões do Café, fazendeiros e novos ricos, o que, segundo a Associação Paulista Viva, explica a mistura de estilo dos casarões, que iam do florentino ao art-nouveau, passando pelo neoclássico e o classicismo francês, entre outros.

Hoje restam pouquíssimos representantes dessa época na avenida, um deles é a Casa Horácio Sabino, que foi a primeira construção art-nouveau do país, e outro é a Casa das Rosas, projetada pelo escritório do arquiteto Francisco Ramos de Azevedo, no estilo clássico francês.

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A Casa das Rosas teve sua construção concluída em 1935. Com cerca de 30 cômodos, o imóvel foi o lar dos herdeiros de Ramos de Azevedo até a década de 1980, quando o governo do Estado decidiu desapropriar o local para preservá-lo.

Macaque in the trees
Grandes prédios começaram a surgir nos anos de 1950 - Fredpinheiro.hotmail...

A época dos “espigões”
A década de 1950 foi um marco para a Paulista. Isso porque, no período, a avenida passou por uma grande transformação em sua paisagem, com a derrubada dos casarões para dar lugar aos “espigões”, que nada mais eram do que edifícios comerciais com cerca e 30 andares.

Foi nesta época que a Paulista teve suas calçadas alargadas e o desenho do mapa do Estado passou a fazer parte de sua paisagem, porém, formado por mosaico português.

Macaque in the trees
Paulista é palco da maior Parada do Orgulho LGBT do mundo - Paulo Pinto/Fotos Publicas

Cultura
Ainda que o MASP tenhas sido inaugurado em 1968, pela rainha do Reino Unido, Elisabeth II, ocupando o espaço onde antes funcionava o Belvedere Trianon, um local com salões de festas e confeitarias, que era ponto de encontro da elite paulistana, a vocação cultural da Paulista se solidificou nos anos de 1990, quando muitas empresas deixaram a Avenida, passando a habitar a região da Berrini.

A partir de então, centros comerciais e culturais passaram a fazer parte da Avenida, que hoje conta, entre outros lugares, com o Itaú Cultural, o Sesc Avenida Paulista, a Japan House, o Instituto Moreira Salles, entre outros.

Além disso, a via, que costumava abrigar os desfiles de Carnaval das décadas de 1920 e 1930, também passou a ser palco de manifestações políticas, esportivas e culturais, como a Corrida Internacional de São Silvestre, a Parada do Orgulho LGBT, que é a maior do mundo, e o Réveillon de São Paulo, atualmente, suspensos por conta da pandemia de Covid-19.

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